As sacolas da UNRWA, agência da ONU, no túnel de Sinwar
ONG UN Watch aponta cumplicidade das Nações Unidas com o terror, bem como omissão na defesa de direitos humanos de mulheres
A conta oficial de Israel no X resgatou neste domingo, 20 de outubro, um vídeo divulgado em 14 de fevereiro pelas Forças de Defesa israelenses que mostra sacolas da UNRWA, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) na Faixa de Gaza, no túnel onde antes se escondia o líder máximo do Hamas, Yahya Sinwar, eliminado na última quinta-feira, 17.
“O líder eliminado do Hamas, Yahya Sinwar, estava escondido neste túnel subterrâneo meses atrás. Cercado por sacolas de ajuda humanitária da UNRWA, armas e milhões de dólares em dinheiro. Ele se escondeu como um covarde no subsolo, usando os civis de Gaza como escudos humanos”, comentou Israel, que, desde o começo da reação militar ao ataque de 7 de outubro de 2023, denuncia a apropriação por terroristas da ajuda humanitária – incluindo comida – destinada, em tese, a civis palestinos.
No vídeo gravado pelas FDI, um militar israelense caminha pelo túnel de Sinwar narrando e apontando toda a sua infraestrutura, que inclui banheiro com pia, vaso sanitário e chuveiro; uma cozinha também equipada e abastecida para longos períodos; colchões onde os seguranças de Sinwar se revezavam para dormir; armas, munições, explosivos e uniformes camuflados.
“Você também pode ver sacolas da UNRWA, uma organização que deveria ajudar os civis”, diz o militar, que em seguida aponta “milhões em shekels e dólares”, ou seja, grandes quantias em dinheiro vivo. “Tudo foi abandonado aqui, eles fugiram, eles ouviram que as FDI estavam se aproximando”, explica.
A vigilância sobre a ONU
Hillel Neuer, diretor-executivo da ONG UN Watch, que vigia a ONU e aponta há uma década a cumplicidade da UNRWA com o terror antissemita, defendendo o fim do financiamento de países do Ocidente à agência local, já havia resgatado o vídeo no sábado, 19.
“O chefe terrorista do Hamas, Sinwar, tinha sacolas de ajuda humanitária da UNRWA financiada pelos contribuintes ocidentais.
O chefe do terror do Hamas no Líbano, Fathi Sharif, chefiou o sindicato dos professores da UNRWA.
O Hamas manteve seus servidores de computador de espionagem em um túnel de terror logo abaixo da sede da UNRWA”, resumiu Neuer, listando episódios que indicam laços entre a agência da ONU e o grupo terrorista. O diretor também publicou links para uma série de relatórios da ONG sobre o tema.
As provas voluntárias do pessoal da UNRWA
Em 15 de agosto, durante audiência de um comitê em Haia, Hiller Neuer rebateu uma parlamentar da esquerda holandesa – Sarah Dobbe, do Partido Socialista – que colocava em dúvida as “acusações sérias” sobre o apoio dos professores das escolas de Gaza administradas pela UNRWA ao Hamas.
“Primeiro, vamos ser claros. Na maioria dos casos, as acusações que divulgamos são publicações de funcionários da UNRWA. Então o relatório Terrorgram de janeiro, que publicamos, são mensagens abertas. Não hackeamos. É um grupo aberto chamado ‘Professores da UNRWA em Gaza’, com milhares de professores da UNRWA membros. Alguns são de tempo integral, outros de meio período. E eles celebravam os ataques de 7 de outubro [de 2023]. Então não fomos nós que divulgamos. Foram eles que publicaram. Nós apenas linkamos algo público.
Ao linkar a página do Facebook de Fathi al-Sharif, chefe do sindicato de professores, não estou divulgando nada. São fotos dele. Este é Fathi al-Sharif, que bom que perguntou. Com uma foto enorme do xeque Hassan Youssef, fundador do Hamas. Há fotos e mais fotos dele celebrando terroristas. Então não somos nós divulgando. (…) O chefe do sindicato de professores da UNRWA no Líbano, Fathi al-Sharif, é um grande apoiador do Hamas na página dele!”, afirmou Neuer, acrescentando que guardava as capturas de tela para caso de retirada do ar.
A omissão da ONU na defesa das mulheres
Desde 2014, o diretor da ONG UN Watch vem apontando com incisividade a postura anti-Israel da ONU disfarçada de defesa de direitos humanos, bem como sua omissão sobre a violação de direitos humanos em regimes autoritários, como o do Afeganistão.
No último dia 6 de outubro, durante audiência da Comissão de Direitos Humanos da ONU, Hillel Neuer cobrou da entidade a defesa das mulheres oprimidas pelo Talibã.
“No Afeganistão, enfrentamos repressivos e crescentes ataques contra os direitos básicos de mulheres e meninas pelo Talibã, desde sua tomada ilegal do poder, em agosto de 2021.
O Afeganistão enfrenta uma crise profunda, descrita por especialistas internacionais em direitos humanos como apartheid de gênero.
Apelamos ao Conselho e à ONU: quando agirão para proteger os direitos das mulheres e meninas afegãs? Quando protegerão ativistas perseguidas por lutarem pacificamente por liberdades básicas?
No ano passado, mulheres e meninas afegãs viram seus direitos cada vez mais restringidos, com maior aplicação de restrições à educação, incluindo proibição de meninas no ensino médio e na universidade, e avanço da exclusão das mulheres da vida política e pública.
As mulheres são banidas de uma lista crescente de formas de empregos pagos, impedidas de registrar organizações e de passar por treinamento vocacional. Às mulheres é negado o direito de ganhar a vida, confinadas ainda mais à esfera privada.
No ano passado, novas restrições impostas pelo Talibã incluíram o fechamento de salões de beleza, proibição de viagens ao exterior para estudar, exigência a mulheres profissionais de saúde em algumas áreas de ter acompanhante masculino durante viagens ou no trabalho, e proibição de mulheres de entrarem em parques nacionais.
Agora, prenderam as ativistas dos direitos das mulheres Neda Parwani e Zolia Parisi. Eles fizeram Manisha Siddiqui desaparecer à força. Prenderam Mateula Wessa, fundadora de ONG que defende direitos das meninas. Detiveram arbitrariamente Ahmad Fahim Azimi, ativista dedicado à educação de meninas. No mês passado, o Talibã declarou uma proibição de vozes e rostos femininos.
O que este Conselho está fazendo para ajudar as mulheres afegãs? O que as Nações Unidas estão fazendo? Por que nesta sessão não há item na agenda sobre os crimes do Talibã? Por que nos últimos três anos não houve sessão especial para vítimas do Talibã?
Obrigado”, concluiu Neuer.
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