Elon Musk expressou sua crítica aos partidos políticos tradicionais da Alemanha, afirmando que suas políticas resultaram em estagnação econômica, agitação social e uma diminuição da identidade nacional.

O comentário foi feito em um momento crítico para a política alemã, na forma de um artigo de opinião publicado no jornal conservador Welt.

A Alemanha se prepara para uma eleição decisiva após o colapso da coalizão liderada pelo chanceler Olaf Scholz, que envolvia três partidos. Em 27 de outubro, o presidente Frank-Walter Steinmeier anunciou a dissolução oficial do Parlamento e agendou novas eleições para o dia 23 de fevereiro.

Com a disputa entre quatro partidos tradicionais e três extremistas — tanto à esquerda quanto à direita — as pesquisas eleitorais atualmente favorecem a União Democrata Cristã (CDU).

A Alternativa para a Alemanha (AfD), conhecida por sua plataforma anti-imigração, se destaca como a segunda força nas intenções de voto, com aproximadamente 20% de apoio.

Renúncia da chefe de opinião do jornal

A publicação do texto de Musk gerou protestos internos entre jornalistas do Welt. Eva Marie Kogel, ex-chefe de opinião do veículo, confirmou sua renúncia ao cargo por meio de uma postagem na rede social X, em resposta à controvérsia gerada.

Reconhecendo a polêmica que poderia surgir das declarações de Musk, o jornal incluiu uma resposta de Jan Philipp Burgard, o editor-chefe designado, que afirmou: “O diagnóstico de Musk está correto, mas sua abordagem terapêutica — sugerindo que apenas a AfD pode salvar a Alemanha — é perigosamente falha”.

O envolvimento de Musk com questões políticas internacionais não é novidade. Ele já havia demonstrado apoio a campanhas de direita em países como Itália e Reino Unido e teve um papel ativo no apoio ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

A posição política da AfD

A posição política da AfD é especialmente sensível na Alemanha, onde o partido é considerado tão extremista que suas ideologias são vistas como antidemocráticas. Os demais partidos políticos do país descartaram qualquer possibilidade de colaboração com a AfD.

Recentemente, quando notícias sobre a participação de membros da AfD em reuniões com figuras de extrema direita vieram à tona — incluindo pedidos pela deportação em massa de migrantes — protestos massivos ocorreram em várias cidades alemãs.

Além disso, Björn Höcke, um proeminente líder estadual da AfD, foi condenado duas vezes por utilizar slogans proibidos da era nazista durante campanhas. Por conta disso, várias seções do partido, incluindo sua juventude, foram classificadas como extremistas pela agência de inteligência interna do país.