Argentina revela identidade do chefe do Hezbollah na América Latina
Segundo o governo argentino, Hussein Ahmad Karaki planejava ataques contra alvos judaicos em países da região, incluindo no Brasil
O governo da Argentina revelou a identidade do chefe do grupo terrorista Hezbollah na América Latina e pediu um alerta de prisão internacional para Hussein Ahmad Karaki.
Segundo o Ministério da Segurança argentino, Kakari fazia operações de recrutamento e planejava ataques contra alvos judaicos em países da região, incluindo no Brasil.
A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, afirmou que a investigação foi coordenada com os apoios do Brasil e do Paraguai.
Kakari teria participado dos atentados ao prédio da associação judaica argentina AMIA, em 18 de julho de 1994, e à Embaixada de Israel em Buenos Aires, em 17 de março de 1992.
“Essa pessoa vem trabalhando desde os anos 1990 na organização do Hezbollah em nosso continente”, disse a ministra.
O governo argentino entregou à Promotoria e ao juiz do caso imagens do terrorista, que seriam de 2004, quando o governo da Venezuela lhe deu um passaporte com o nome de David Assi.
Atualmente, Karaki estaria no Líbano, assim como outros acusados dos atentados na Argentina.
Segundo o relatório, em 1992, Karaki esteve em Buenos Aires e comprou o carro-bomba usado no ataque à Embaixada de Israel com um passaporte colombiano em nome de Alberto León Nain.
“Ele saiu nesse mesmo dia de avião, horas antes da explosão. Partiu do Aeroparque Jorge Newbery com destino à cidade de Foz do Iguaçu”, disse Bullrich.
A Argentina solicitou à Justiça que a Interpol emita um alerta vermelho para localizar e prender o terrorista do Hezbollah.
Segundo Bullrich, Brasil e Paraguai “vão apoiar o alerta vermelho que a Argentina está solicitando”.
Irã ameaça Argentina
O regime teocrático do Irã ameaçou o governo da Argentina em julho, em meio à memória do atentado de 1994 ao centro comunitário judaico Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em Buenos Aires.
Mais de 80 pessoas morreram e outras 300 ficaram feridas no ataque, que completou 30 anos em 18 de julho.
O jornal iraniano escrito em inglês Tehran Times publicou um artigo de autoria anônima disseminando ameaças e mentiras sobre o atentado, atribuído por autoridades argentinas e internacionais ao Irã e à sua milícia libanesa, o Hezbollah.
“À medida que nos aproximamos do 30º aniversário da explosão no edifício da Associação Sionista Argentina em Buenos Aires, parece que estamos no limiar de um novo desenvolvimento após três décadas de ambiguidade e desvio no caso de um crime”, escreve o Tehran Times, que é controlado pelo regime através da entidade de propaganda Organização de Desenvolvimento Islâmico.
“Sem dúvida, Teerã não esquecerá as políticas anti-iranianas de Buenos Aires. Mas o Irã mostrou que não joga facilmente no tabuleiro de xadrez do inimigo, mas no momento certo e na posição certa, irá impor o seu próprio jogo ao inimigo e fazê-lo arrepender-se da sua inimizade com o Irã”, acrescenta.
A birra de Teerã com o governo democrático da Argentina disparou após o alinhamento automático com Israel por parte do novo presidente argentino, Javier Milei.
As autoridades argentinas concluíram a participação do Irã e do Hezbollah no crime, assim como no ataque a bomba à embaixada de Israel em Buenos Aires dois anos antes, em 1992.Leia também: Precisamos falar sobre o Hezbollah
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