“Aqui ninguém se rende”, diz ex-prefeito de Caracas
Perseguido pela ditadura de Maduro, Antonio Ledezma convocou o povo venezuelano para ir às ruas protestar contra a farsa eleitoral montada pelo regime chavista
Antonio Ledezma (foto), ex-prefeito de Caracas perseguido pela ditadura de Nicolás Maduro, convocou o povo venezuelano para ir às ruas nesta segunda-feira, 29, protestar contra a farsa eleitoral montada pelo regime chavista, que deu a vitória a Maduro ainda no domingo, 28, por 51,2% dos votos, com 80% das urnas apuradas.
“Aqui ninguém se rende. Agora, mais do que nunca, é hora de lutar pela vitória. Edmundo González é o presidente eleito dos venezuelanos. Assim decidiu massivamente o nosso povo. E o povo se respeita, porque é o povo quem escolhe, é quem decide e é quem manda. Por isso, agora mais do que nunca, é preciso continuar a luta.
Nunca será uma alternativa render-se e muito menos desistir, agora que temos o apoio da imensa maioria dos venezuelanos e um presidente eleito e uma líder comprometida com a verdade, que ela defenderá até com a própria vida. Esta noite, às 7 horas, esperamos na Puerta del Sol. Os venezuelanos sempre dando um passo à frente.”
Ditadura de Maduro dá vitória a Maduro
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou a vitória do ditador Nicolás Maduro nas eleições presidenciais deste domingo, 28 de julho, por 51,2% dos votos, com 80% das urnas apuradas.
Ainda segundo o CNE, que é aparelhado pelo chavismo, o candidato da oposição, Edmundo González, teria obtido apenas 44,2% dos votos.
A apuração dos resultados foi marcada por indícios de irregularidades.
O CNE paralisou a divulgação da contagem de votos em “numerosas” seções, denunciou a oposição ao longo da noite.
“Conselho Nacional Eleitoral paralisou a transmissão em numerosos centros e está impedindo que nossos fiscais obtenham a ata, expulsando-os dos locais de votação”, disse a presidente do partido de oposição Encuentro Ciudadano, Delsa Solórzano, à emissora de televisão NTN24.
Uma pesquisa de boca de urna do instituto Edison com 6 mil eleitores colocava Edmundo González na dianteira, com 65%, e Maduro em segundo, com 31%.
O exílio do ex-prefeito de Caracas
Ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), em 2015, por uma suposta conspiração contra o regime de Nicolás Maduro.
Ele ficou em prisão domiciliar até 2017, quando conseguiu fugir por terra para a Colômbia e se exilar na Espanha.
Em 2024, Ledezma foi impedido pela ditadura de Nicolás Maduro de se registrar e, consequentemente, de exercer seu direito de voto na Embaixada da Venezuela em Madri.
“Não é que não me deixaram votar, é que nem sequer deixaram que eu ou a minha mulher nos registrássemos”, disse Ledezma ao site El Mundo.
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