Apagão cibernético: Hospitais de todo mundo relatam problemas
Apagão cibernético afetou hospitais no Reino Unido, Alemanha e Israel, levando a medidas emergenciais para garantir os atendimentos
O apagão cibernético desta sexta-feira, 19, afetou significativamente o funcionamento de hospitais em diversos países. Na Alemanha, dois hospitais localizados nas cidades de Lübeck e Kiel tiveram que cancelar todas as cirurgias eletivas programadas para o dia, conforme noticiado pelo jornal The Gardian.
O Ministério da Saúde de Israel informou que mais de uma dúzia de hospitais foram impactados pela falha. Entre os afetados estão Shaare Zedek (foto) em Jerusalém, Laniado em Netanya, Barzilai em Ashkelon, Wolfson em Holon, além de outras instituições e o provedor de serviços de saúde Meuhedet, de acordo com o The Times of Israel.
Os hospitais israelenses tiveram que recorrer a procedimentos manuais, pois seus sistemas digitais ficaram inacessíveis. Apesar disso, o ministério garantiu que o cuidado aos pacientes não foi comprometido, graças aos exercícios de preparo realizados previamente para tais emergências.
Reino Unido enfrenta dificuldades em consultórios médicos
No Reino Unido, a interrupção global de sistemas de TI afetou consultas médicas, levantando preocupações sobre a segurança dos pacientes e a sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde (NHS). Consultórios de clínicos gerais não conseguiram acessar exames, testes de sangue e históricos de pacientes devido a problemas com o software EMIS, utilizado para agendamento e consulta de registros médicos.
Para contornar a situação, o NHS implementou medidas alternativas, como o uso de registros em papel e prescrições manuscritas. “O NHS possui procedimentos estabelecidos para gerenciar interrupções, incluindo o uso de registros em papel e sistemas telefônicos habituais para contato com médicos“, afirmou um porta-voz do NHS. O Grupo EMIS não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.
Impacto nos atendimentos
Farah Jameel, médica geral em Londres, relatou dificuldades em acessar informações essenciais para o atendimento, o que é especialmente preocupante para pacientes com históricos médicos complexos. “Não consigo acessar testes de sangue, imagens ou registros anteriores dos pacientes, o que compromete a elaboração de um plano de tratamento abrangente“, disse Jameel em entrevista. Ela alertou que a continuidade dos problemas pode intensificar os atrasos e impactar ainda mais o atendimento.
A falha nos consultórios ocorreu após a interrupção de um programa de cibersegurança amplamente utilizado e problemas nos serviços em nuvem da Microsoft. A CrowdStrike Holdings alertou seus clientes sobre falhas causadas por seu produto de monitoramento de ameaças Falcon Sensor no sistema operacional Windows. A Microsoft informou que a causa do problema foi solucionada, mas aplicativos do Office 365 ainda estavam sendo impactados.
Vários consultórios e grupos maiores que os gerenciam relataram dificuldades. A gtd healthcare, por exemplo, informou que o problema afetou sua capacidade de marcar consultas e atender pacientes. O NHS Greater Manchester confirmou a interrupção e orientou os pacientes a ligarem para o 111 ou 999 em casos de emergências médicas.
Como o apagão global de TI afetou o Brasil
O recente apagão cibernético mundial, causado por uma falha em um software de cibersegurança da CrowdStrike, teve uma série de consequências no Brasil.
O Bradesco relatou falhas em seus canais digitais, incluindo aplicativos e serviços de internet banking, que ficaram indisponíveis. No entanto, os terminais de autoatendimento, como caixas eletrônicos, continuaram funcionando normalmente. O Santander também está investigando possíveis interferências em seus sistemas, embora até o momento não tenha confirmado problemas.
A falha afetou a operação de diversas empresas de telecomunicações, resultando em dificuldades de conexão e interrupções nos serviços de internet para alguns usuários.
Apesar de não haver relatos de cancelamentos ou atrasos significativos nos principais aeroportos brasileiros, como o Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU) e o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão), as autoridades estão monitorando a situação de perto para evitar problemas.
O apagão prejudicou as operações nas bolsas de valores e mercados de commodities e câmbio pelo mundo, incluindo o Brasil. Isso resultou em dificuldades para comerciantes de petróleo, gás, energia, ações, moedas e títulos realizarem suas operações.
O que diz o CrowdStrike
George Kurtz, presidente da CrowdStrike, afirmou que o problema foi causado por um “defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts Windows”. Ele escreveu em sua conta no X:
“CrowdStrike está ativamente trabalhando com clientes impactados por um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts Windows. Hosts Mac e Linux não foram impactados. Isso não é um incidente de segurança ou ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implantada. Nós referimos os clientes ao portal de suporte para as últimas atualizações e continuaremos a fornecer atualizações completas e contínuas em nosso site. Recomendamos ainda que as organizações garantam que estão se comunicando com representantes da CrowdStrike através de canais oficiais. Nossa equipe está totalmente mobilizada para garantir a segurança e estabilidade dos clientes da CrowdStrike.”
A Microsoft declarou que a origem do problema foi identificada e resolvida.
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