Alvo de ameaças, María Corina Machado está “resguardada”
Presidente do Congresso de Maduro pediu a prisão dos opositores María Corina Machado e Edmundo González Urrutia
A líder da oposição democrática na Venezuela, María Corina Machado (foto), está “resguardada” em um esconderijo, após sofrer ameaças de prisão do regime de Nicolás Maduro.
“Estou escrevendo isto em um esconderijo, temendo pela minha vida, pela minha liberdade e pela dos meus compatriotas por parte da ditadura liderada por Nicolás Maduro”, escreveu María Corina em artigo publicado no jornal americano The Wall Street Journal nesta quinta-feira, 1º de agosto.
Segundo jornalistas venezuelanos, a equipe da líder opositora afirmou que ela está “resguardada” e fará um pronunciamento pela noite desta quinta.
Um dos principais nomes da ditadura chavista de Nicolás Maduro, o presidente do Congresso da Venezuela, Jorge Rodríguez, pediu nesta terça-feira, 30 de julho, a prisão dos opositores María Corina Machado e Edmundo González Urrutia.
Impedida de concorrer à Presidência pela ditadura, Corina é a principal líder oposicionista da Venezuela. González, diplomata de carreira, foi o candidato da oposição que venceu o pleito do último dia 28, fraudado pelo regime de Maduro.
“Conspiração fascista”
“Quando digo chefe, não me refiro somente a María Corina Machado, que tem que ser presa”, berrou Rodriguez em seu discurso desta terça no Congresso (clique no vídeo abaixo para assistir).
“Me refiro a Edmundo González Urrutia, porque é o chefe da conspiração fascista que estão tentando impor à Venezuela”, acrescentou o presidente do Congresso.
O chefe de Rodríguez seguiu a mesma linha. Em declarações nesta terça, Maduro atribuiu a Corina e González a responsabilidade por “gangues criminosas” nos protestos contra a fraude eleitoral que estão ocorrendo em toda a Venezuela.
“A Justiça tem de vir, porque essas coisas não podem voltar a acontecer”, declarou o ditador, cuja “vitória” eleitoral pode deixá-lo no poder por 17 anos, até 2030.
Oposição declara vitória
A vitória de González é comprovada pelas atas que a oposição venezuelana conseguiu reunir e publicar na internet, ao passo que o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo, não divulgou as atas até hoje, dois dias depois de anunciar Maduro como “vencedor” da eleição.
De acordo com María Corina, com 73% das atas das urnas apuradas, o candidato da oposição teria garantidos 6,2 milhões de votos e Maduro, apenas 2,7 milhões.
Considerando esses números, González teria obtido pouco menos de 70% dos votos. A líder da oposição não divulgou a quantidade de votos obtidas por outros candidatos, além do diplomata e do ditador.
María Corina ainda explicou como a oposição atuou no processo de fiscalização das atas das urnas: “Todas as atas, na medida que vamos recebendo, se inspecionam, se totalizam, se escaneiam, se digitalizam e se colocam em um portal web robusto”.
Segundo a líder da oposição, o site já está acessível ao público.
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