Amazon exige retorno ao escritório cinco dias por semana em 2025
A Amazon anunciou que exigirá o retorno de seus funcionários ao escritório cinco dias por semana a partir de janeiro de 2025, abandonando o modelo híbrido anterior.
O CEO da Amazon, Andy Jassy, teve pouca oposição quando, em maio do ano passado, ordenou que os funcionários fossem ao escritório três dias por semana. “Se você não pode discordar e se comprometer, provavelmente não vai dar certo para você,” declarou ele em agosto de 2023, respondendo aos reclamantes dessa política. Jassy desconsiderava a greve promovida por centenas de empregados insatisfeitos na sede em Seattle.
Nesta semana, a Amazon endureceu a postura. Mais de 300 mil funcionários corporativos globalmente foram notificados de que devem retornar ao regime de cinco dias presenciais a partir de 2025, tornando-se uma das políticas mais rigorosas entre grandes empresas de tecnologia.
Razões para a Decisão
“Antes da pandemia, não era garantido que se pudesse trabalhar remotamente dois dias por semana, e isso será verdade daqui para frente,” escreveu Jassy em memorando aos funcionários na segunda-feira (16). “As vantagens de estarmos juntos no escritório são significativas. É necessário estar próximo dos colegas para inovar e resolver problemas complexos.”
Na Amazon desde 1997 e CEO a partir de 2021, Jassy se une a outros executivos que advogam pelo retorno total ao escritório, como Jamie Dimon, do JPMorgan Chase, e Elon Musk, da Tesla.
Políticas de Outras Empresas de Tecnologia
A política da Amazon é menos rígida que a de Musk, que em 2022 ordenou aos funcionários da Tesla que, se não estivessem no escritório ao menos 40 horas semanais, poderiam “fingir trabalhar em outro lugar”. Apenas 3% das grandes empresas de tecnologia retornaram aos cinco dias presenciais, segundo a Flex Index, que analisou 2.670 políticas empresariais. Três quartos optam por um modelo híbrido, enquanto 23% oferecem flexibilidade completa.
Empresas como Apple, Alphabet, Meta e Microsoft mantêm um padrão híbrido. Mesmo políticas mais brandas passaram por revisões e resistência. Em 2020, Mark Zuckerberg anunciou que a Meta seria “a empresa de trabalho remoto mais avançada”. Ano passado, ele chamou quase todos os 70 mil funcionários de volta ao escritório ao menos três dias por semana.
Impactos para Funcionários e Empresa
O chefe de RH do Google afirmou que o trabalho remoto total seria “somente por exceção”, com frequência ao escritório monitorada via crachás e impactando avaliações de desempenho e promoções. Igualmente, a Apple intensificou a obrigatoriedade de dias presenciais em 2022, apesar da resistência.
Mesmo o Zoom, fundamental no boom do trabalho remoto durante a pandemia, exigiu que funcionários a menos de 80 km de um escritório comparecessem ao menos dois dias por semana. Grupos como Netflix e Nvidia ainda não impuseram um mandato universal de presença.
O Futuro do Trabalho na Amazon
Com o início do rigoroso experimento da Amazon em janeiro de 2025, o processo será observado por outros líderes empresariais. Em 2023, Jassy afirmou que “dezenas” de CEOs com quem conversou tinham a mesma opinião sobre o trabalho remoto e “praticamente todos” desejavam retorno integral ao escritório. Mike Sievert, CEO da T-Mobile, instou empresas rivais a trazerem seus trabalhadores de volta presencialmente. No entanto, muitos veem a flexibilidade híbrida como vantagem para atrair jovens talentos e candidatos de diversas origens.
Prithwiraj Choudhury, da Harvard Business School, argumenta que “qualquer empresa que obrigar o retorno ao escritório perderá alguns dos melhores funcionários, pois os mais competentes sempre têm opções externas”. Pesquisas da Universidade da Pensilvânia indicam que vagas remotas atraíram 15% mais candidatas mulheres e 33% mais candidatos de minorias sub-representadas.
Apesar disso, a amazon dificilmente reverterá a decisão. Jassy colocou a política no centro das medidas para revitalizar a cultura exigente da empresa, imposta por Bezos nos primeiros anos. Executivos temem que o espírito de start-up tenha sido substituído por burocracias, dado o crescimento para 1,5 milhões de funcionários e a expansão para novas áreas como computação em nuvem, saúde e carros autônomos.
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