Em Heidelberg (Alemanha), um homem agrediu uma turista que andava na rua, vestida com uma camisa com uma estrela de Davi e a inscrição “Traga-os para casa agora!”

A frase na camiseta da mulher refere-se aos reféns israelenses que foram mantidos em cativeiro por terroristas do Hamas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro.

O homem agarrou-a pela camiseta e ordenou-lhe que a tirasse. A mulher sofreu ferimentos leves na parte superior do corpo. O marido dela foi atingido no rosto quando tentou ajudá-la.

Segundo o Ministério Público, o ataque teve motivação política. Como o homem ainda não conseguiu levantar a fiança de 10.000 euros, deve continuar detido.

Antissemitismo na Alemanha

Depois da Shoah, os judeus nunca foram tão ameaçados na Alemanha como são hoje, alertam os especialistas.

Os judeus na Alemanha estão com medo. O ataque terrorista do Hamas em 7 de Outubro de 2023 e as suas consequências levaram a um aumento dramático dos crimes antissemitas na Alemanha.

Uma nova onda de choque atravessou a comunidade judaica na Alemanha. Na quinta-feira, 5 de setembro, em Munique, um jovem islâmico de 18 anos tentou levar a cabo um ataque antissemita ao Consulado Geral de Israel no aniversário do ataque olímpico de 1972. A polícia chegou rapidamente ao local com forças fortes e foi capaz de evitar que algo pior acontecesse.

Os pais mais uma vez tiveram que explicar aos seus filhos por que deveriam ter cuidado com os terroristas que odeiam os judeus, as comunidades judaicas tiveram que repensar as suas medidas de segurança, as pessoas tiveram que perguntar aos seus amigos se estavam bem. Isso tudo em meio à tristeza provocada pela notícia do assassinato de seis reféns israelenses pelos terroristas do Hamas.

Os Judeus na Alemanha não estão seguros. Já havia provas suficientes disto antes, não apenas no ataque à sinagoga em Halle, que ocorreu há menos de cinco anos. A comunidade judaica vive “num estado permanente de ameaça”, é o que afirma Josef Schuster, presidente do Conselho Central dos Judeus.

As escolas e jardins de infância judaicos tiveram que ficar atrás de muros altos e arame farpado durante anos. E pelo jeito precisarão voltar a isso. Esta situação é inaceitável no país que levou a cabo o extermínio industrial dos judeus europeus há menos de 80 anos.

Leia mais: Homem ataca delegacia na Renânia gritando “Allahu Akbar”