Agricultores espanhóis aderem aos protestos europeus
Descubra por que os produtores rurais da Espanha estão planejando protestos contra as regulamentações da UE e a falta de apoio governamental.
Produtores rurais espanhóis anunciaram nesta terça-feira, 30, que planejam realizar protestos em fevereiro contra as rígidas regulamentações impostas pela União Europeia e contra a falta de apoio do governo espanhol.
A declaração conjunta foi feita por três das maiores associações de produtores rurais do país – Asaja, COAG e UPA -, cujas reivindicações refletem as mesmas preocupações de seus pares em outros países europeus. Eles alegam que as regulamentações ambientais, determinadas por Bruxelas, estão minando a rentabilidade das lavouras e aumentando os preços dos alimentos.
Efeitos da seca e as consequências para o setor agrícola
A seca que tem afetado o sul da Espanha também prejudicou os agricultores, com a produção de diversas culturas, como arroz e azeitonas, diminuindo ao longo dos últimos dois anos.
“Mobilizações ocorrerão o mais rápido possível”, afirmou Pedro Barato, presidente da Asaja, associação espanhola que representa cerca de 200 mil agricultores e pecuaristas, em uma entrevista à rádio.
Os protestos estão previstos para acontecer nas próximas semanas, segundo as organizações, que emitiram uma declaração conjunta. Os membros da Asaja devem se reunir em 1º de fevereiro para organizar os preparativos.
Em solidariedade com os agricultores, outros países europeus se mobilizam
Em Portugal, a Confederação Nacional da Agricultura, que representa pequenas e médias fazendas, também anunciou que organiza protestos, marchas lentas e outros eventos. Porém as datas ainda serão definidas.
Enquanto isso, como os protestos na França têm se intensificado, cerca de 20 mil caminhões espanhóis que cruzam a fronteira todos os dias têm enfrentado dificuldades para transportar frutas, vegetais e outros produtos. A associação de transporte espanhol, Fenadismer, estima que os bloqueios causam perdas diárias de 10 milhões de euros (10,84 milhões de dólares) para as empresas espanholas.
Os agricultores espanhóis afirmam que estão enfrentando dificuldades para competir com produtos importados de fora da UE a preços mais baixos.
Pedidos dos agricultores e resposta do governo
Entre outras exigências, as organizações espanholas planejam pedir a Bruxelas para interromper as negociações com o bloco comercial do Mercosul, bem como acordos comerciais com Chile, Quênia, México, Índia e Austrália.
Por outro lado, uma fonte do governo espanhol alega que a administração apoiou seus agricultores como nenhuma outra nos últimos anos, com financiamento e regulamentação para ajudá-los a se adaptar às mudanças climáticas, às consequências da guerra na Ucrânia e a se modernizar para se tornarem mais resilientes e competitivos em nível global.
Acrescentou ainda que, embora a Espanha tenha o máximo respeito pelo direito dos agricultores protestarem em ambos os lados da fronteira, os agricultores espanhóis não têm os mesmos problemas que seus pares franceses. Vale lembrar que protestos de agricultores também têm ocorrido na Bélgica, Alemanha, Polônia e Romênia.
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