Acusados pelo 11 de Setembro concordam em se declarar culpados
Presos desde 2003, Khalid Sheikh Mohammed e mais dois acusados fizeram acordo para cumprir prisão perpétua, em lugar da pena de morte
O homem acusado de planejar os ataques de 11 de setembro de 2001 (foto), Khalid Sheikh Mohammed, e dois de seus cúmplices concordaram em se declarar culpados de acusações de conspiração em troca de uma sentença de prisão perpétua, em vez de um julgamento com pena de morte na Baía de Guantánamo, disseram nesta quarta-feira, 31 de julho, os promotores do caso.
Funcionários do Departamento de Defesa dos EUA disseram ao New York Times que o acordo envolvendo Mohammed, Walid bin Attash e Mustafa al-Hawsawi foi aprovado nas altas instâncias do Pentágono. Os três estão presos desde 2003.
O caso ficou parado por mais de uma década por causa de procedimentos pré-julgamento que buscaram definir se as alegadas torturas cometidas contra os três em prisões secretas da CIA haviam contaminado as evidências contra eles.
Carta dos promotores
A notícia do acordo surgiu em uma carta de promotores para familiares das vítimas dos ataques do 11 de Setembro, que destruíram as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e deixaram quase 3.000 mortos.
“Em troca da remoção da pena de morte como uma possível punição, esses três acusados concordaram em se declarar culpados de todos os crimes imputados, incluindo o assassinato das 2.976 pessoas listadas no documento de acusação”, diz a carta assinada pelo contra-almirante Aaron C. Rugh, promotor-chefe das comissões militares, e por três advogados de sua equipe.
Segundo a carta, os acusados poderão apresentar as suas alegações à corte já na semana que vem.
Idealizador do atentado
Engenheiro formado nos EUA e jihadista declarado, Mohammed foi acusado de ter a ideia de sequestrar aviões e jogá-los contra prédios. Os promotores disseram que ele apresentou a ideia a Osama bin Laden em 1996; depois, ajudou a treinar e direcionar alguns dos sequestradores.
Ele e Hawsawi foram capturados juntos no Paquistão em março de 2003 e mantidos em prisões secretas da CIA até sua transferência para a base dos EUA em Guantánamo, Cuba, em setembro de 2006 para um eventual julgamento.
Naquela época, segundo o jornal americano, os interrogadores da agência de inteligência os mantiveram incomunicáveis por anos e os torturaram, submetendo Mohammed a 183 sessões de waterboarding (afogamento simulado). Bin Laden, por sua vez, foi morto em operação dos EUA no Paquistão em 2011.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)