A revolta do velho Twitter contra o X de Musk
Ex-executivos do antigo Twitter estão processando Musk alegando que não receberam mais de US$ 128 milhões em indenizações após serem demitidos
Quatro ex-executivos do Twitter, incluindo o antigo CEO Parag Agrawal, moveram um processo contra Elon Musk, o novo proprietário da empresa, alegando que não receberam mais de US$ 128 milhões (R$ 634 milhões) em indenizações após terem sido demitidos da empresa após a aquisição feita pelo bilionário.
Segundo reportagem do O Globo, os executivos afirmam que Musk demonstrou uma raiva especial em relação a eles desde que assumiu a plataforma de mídia social em 2022, prometendo publicamente reter suas indenizações para recuperar cerca de US$ 200 milhões dos US$ 44 bilhões que ele pagou pela empresa. A ação foi movida na segunda-feira em um tribunal federal no norte da Califórnia.
O Twitter, agora rebatizado como X por Musk, enfrentou várias acusações de violações trabalhistas e no ambiente de trabalho, incluindo o não pagamento de indenizações a milhares de funcionários demitidos nos meses seguintes à aquisição.
Onde de processos contra X, antigo Twitter
Além disso, a empresa foi alvo de uma série de processos por não pagar quantias devidas a fornecedores e proprietários enquanto tentava manter sua solvência financeira.
Os advogados de Agrawal e dos outros ex-executivos, em uma ação de 38 páginas, afirmaram que, sob o controle de Musk, o Twitter se tornou criminoso, cobrando dívidas de funcionários, proprietários, fornecedores e outros.
Eles ainda alegam que Musk não paga suas contas, acredita que as regras não se aplicam a ele e usa sua riqueza e poder para passar por cima de qualquer pessoa que discorde dele.
Ao jornal carioca, a X, empresa de Musk, preferiu não comentar o assunto quando procurada pela imprensa. Até o momento, Elon Musk não respondeu a um pedido de comentário feito por e-mail.
Executivos demitidos
Desde que assumiu o controle do Twitter, Musk demitiu vários outros executivos de alto escalão, incluindo Vijaya Gadde, a principal autoridade jurídica e política da empresa; Ned Segal, diretor financeiro; e Sean Edgett, conselheiro geral do Twitter.
As demissões não foram surpreendentes na época, uma vez que todos esses executivos desempenharam papéis-chave na ação judicial movida pelo Twitter em 2022 para forçar Musk a concluir a compra da plataforma depois que ele tentou desistir do negócio.
Cada um desses executivos deveria receber pagamentos milionários como parte do acordo de compra feito por Musk. Somente Agrawal teria direito a receber cerca de US$ 50 milhões em indenizações.
“O X é a questão”
Em outubro, Agrawal, Gadde e outros ex-executivos conseguiram uma decisão favorável de um juiz em Delaware exigindo que a X pagasse US$ 1,1 milhão em despesas legais incorridas durante o tempo em que trabalharam para a empresa.
No início de dezembro, a X não conseguiu chegar a um acordo em uma mediação ordenada pelo tribunal para resolver as reivindicações de milhares de ex-funcionários do Twitter que afirmam terem sido enganados em relação ao pagamento de indenizações.
Além disso, um juiz em São Francisco rejeitou o pedido da X para que fosse recusada uma ação judicial movida por funcionários que alegam não terem recebido bônus em 2022, apesar de terem sido prometidos esses valores nos meses anteriores à aquisição por parte de Musk.
Os advogados que conseguiram derrubar com sucesso esse pagamento estão agora buscando uma concessão de US$ 5,6 bilhões em ações da empresa como honorários advocatícios, o que equivale a 10% do valor total envolvido na ação. Se aprovado, seria o maior prêmio desse tipo já concedido, explica O Globo.
Por sua vez, na semana passada, Musk entrou com uma ação judicial contra a OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, e seu CEO Sam Altman, assim como outros membros importantes da organização, incluindo o presidente Greg Brockman.
A ação foi motivada pelo fato de Musk acreditar que eles abandonaram a missão original da empresa que ele co-fundou: contribuir para o desenvolvimento da inteligência artificial de forma altruísta e sem fins lucrativos para o benefício da humanidade.
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