A pressão internacional sobre a fraude de Maduro
A comunidade internacional, cada vez mais convencida de que o processo eleitoral na Venezuela foi fraudado, exigiu, nesta segunda-feira, 29 de julho, que o chavismo mostre uma a uma as atas dos colégios eleitorais, que a oposição denuncia não terem sido entregues
A ONU, os Estados Unidos, a União Europeia, a Colômbia, o Chile e outros países exigem as atas dos centros eleitorais do Governo da Venezuela.
A comunidade internacional, cada vez mais convencida de que o processo eleitoral na Venezuela foi fraudado, exigiu, nesta segunda-feira, 29 de julho, que o chavismo mostre uma a uma as atas dos colégios eleitorais, que a oposição denuncia não terem sido entregues.
A autoridade eleitoral, controlada pelo partido no poder, proclamou no domingo o ditador Nicolás Maduro vencedor com quase um milhão de votos de diferença em relação ao seu rival, Edmundo González Urrutia: 51,2% a 44,2%.
Enquanto a comunidade internacional aumentava a pressão e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamava Maduro presidente sem ainda ter dados oficiais, os protestos espalhavam-se por Caracas.
As acusações de que a fraude espalharam-se pouco depois de a CNE, o árbitro das urnas, ter anunciado a vitória fraudulenta de Maduro.
A pressão internacional
Aos Estados Unidos e ao Chile, os primeiros países a manifestarem as suas dúvidas sobre a transparência da contagem, juntaram-se posteriormente a União Europeia, Colômbia, entre outros.
Os referidos países exigem que a CNE, sob o controle do Governo, dê a conhecer as atas e os seus diferentes resultados nos centros eleitorais distribuídos por toda a Venezuela. A crítica da Argentina foi mais contundente do que apenas exigir as atas. O Panamá, por sua vez, suspendeu relações diplomáticas com a Venezuela.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, falou neste sentido, apelando à total transparência na contagem e felicitando o povo venezuelano pela sua determinação em expressar pacificamente a sua vontade através das urnas.
“Tomamos nota do anúncio feito pelas autoridades eleitorais, bem como das preocupações manifestadas pelos atores políticos e membros da comunidade internacional. Guterres apela à total transparência e incentiva a publicação dos resultados eleitorais e a discriminação por assembleias de voto”, declarou a ONU num comunicado.
O relatório da ONU será privado, apenas para os olhos de Guterres. Mas uma fonte da ONU disse ao jornal El País que “horas de verdadeira loucura” estão sendo vividas na Venezuela.
O Carter Center, organização sem fins lucrativos do ex-presidente dos EUA, destacou que sem a ata não pode concluir a sua tarefa de verificação: “Apelamos à CNE para que publique imediatamente os resultados das eleições presidenciais ao nível das mesas de voto. A informação contida nos formulários de resultados a nível das assembleias de voto, tal como transmitida à CNE, é fundamental para a nossa avaliação e importante para todos os venezuelanos”, insistiu o centro internacional.
Posição ambígua do Itamaraty
Em nota oficial divulgada na manhã desta segunda-feira, 29 de julho, o Itamaraty saudou “o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela” e disse que “acompanha com atenção o processo de apuração” e que aguarda “nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação”
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