“A idolatria mórbida a Luigi Mangione”
Brendan O’Neill, editor e colunista britânico, critica a celebração da esquerda digital em torno do suspeito de assassinar um CEO
Brendan O’Neill publicou nesta quarta, 11, artigo intitulado “A idolatria sinistra a Luigi Mangione” no The Spectator. O jornalista britânico aborda a reação online ao assassinato de Brian Thompson, diretor-executivo da UnitedHealthcare. No texto, O’Neill questiona a “adoração mórbida” que o suspeito, Luigi Mangione, vem recebendo de setores da esquerda nas redes sociais.
“Como podemos compreender o estranho culto a Mangione, suspeito de matar a tiros Brian Thompson, CEO e pai de duas crianças?”, questiona O’Neill. O autor denuncia o que descreve como um “novo patamar” para a esquerda digital, que justificou a morte como uma “vingança contra o sistema de saúde dos Estados Unidos”. Segundo O’Neill, comentários como “CEO morto” inundaram as redes, enquanto emojis de risada dominaram os posts lamentando a morte.
Para O’Neill, a simbologia associada ao crime — como balas gravadas com os termos “negar”, “defender” e “depor”, referência às práticas das seguradoras de saúde — impulsionou a narrativa de Mangione como uma espécie de “Robin Hood do século XXI”. Ele menciona que mesmo figuras de destaque, como a ex-jornalista do Washington Post Taylor Lorenz, expressaram publicamente sentimentos de “alegria” com o crime, antes de recuarem.
Quando a identidade de Mangione foi revelada, a discussão ganhou outra dimensão. “Jovem, vindo de uma família rica de Maryland e estudante de uma universidade da Ivy League, ele passou a ser idolatrado como um símbolo anti-sistema”, escreve O’Neill.
O autor britânico também destaca as contradições na narrativa: “Mangione é mais próximo de um ‘bro’ do Vale do Silício do que de um revolucionário”, apontando seu apoio a figuras da direita como Peter Thiel.
O’Neill conclui com uma crítica ao que chama de “barbárie juvenil” da esquerda digital. “O preço desse calor revolucionário? A vida de um ser humano. Vergonhoso.” Ele ressalta a falência moral de celebrar assassinatos e o distanciamento ético que surge das bolhas ideológicas online.
Quem é Brendan O’Neill
Brendan O’Neill é editor-chefe da Spiked, colunista do The Australian, The Spactator e do The Big Issue. Ele é reconhecido por seus textos provocativos, frequentemente analisando a cultura contemporânea e a política com um viés crítico. Além de seus artigos, O’Neill é autor de livros sobre liberdade de expressão e censura na era digital.
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