A guerra vai durar na Europa
A Ucrânia resiste bravamente à agressão russa. Ao contrário do que se esperava, Kiev, a capital do país, não caiu ontem. Vladimir Putin, o açougueiro de Moscou, não esperava encontrar um exército e um povo tão determinados a defender o seu país. A soldadesca invasora, para tentar demolir o ânimo dos ucranianos, agora atinge alvos civis. Desde o início da guerra, segundo o governo do país, 198 civis foram mortos pelos russos. Uma covardia...
A Ucrânia resiste bravamente à agressão russa. Ao contrário do que se esperava, Kiev, a capital do país, não caiu ontem. E, mesmo que caia, os ucranianos permanecerão lutando, numa guerra que já chamam de patriótica. Vladimir Putin, o açougueiro de Moscou, não esperava encontrar um exército e um povo tão determinados a defender o seu país. Mais 10 mil soldados, vindos da Chechênia, irão para a Ucrânia. Por não serem eslavos, como russos e ucranianos, irmãos de sangue, Vladimir Putin espera que sejam mais impiedosos com as suas vítimas. A soldadesca invasora, para tentar demolir o ânimo dos ucranianos, agora atinge alvos civis. Desde o início da guerra, segundo o governo do país, 198 civis foram mortos pelos russos. Uma covardia.
Hoje de manhã, o presidente Volodymyr Zelensky (foto) postou um vídeo, de Kiev, em que conclama os cidadãos a resistir. Ele continua a manter contatos intensos com líderes europeus. Pelo Twitter, ele informou que o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu, disse a ele que apoia a exclusão da Rússia do Swift, o sistema internacional de comunicação interbancária, que reúne 11 mil instituições e permite a realização de transferências financeiras. Zelensky também disse, no Twitter, que conversou com a presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von de Leyen sobre a “ajuda efetiva” da União Europeia na “heroica luta” da Ucrânia. O presidente ucraniano escreveu na rede social que “é um momento crucial para encerrar a discussão de longa data, de uma vez por todas, e decidir sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia”.
O presidente Emmanuel Macron, que conversa frequentemente com Zelensky, inclusive para certificar-se de que ele continua vivo, afirmou agora há pouco, na abertura do Salão de Agricultura da França, um evento importante do país, que “a guerra irá durar” e que ela “voltou à Europa. Nós nos vivemos hoje um contexto inédito, grave e histórico”. Ele convocou para o final da tarde de hoje uma nova reunião do sue conselho de segurança. Ontem, a Otan decidiu enviar uma força de intervenção rápida para os países bálticos e a Romênia, da qual farão parte 700 soldados franceses e 4 caças Mirage de última geração.
Nos Estados Unidos, a Casa Branca pediu ontem ao Congresso uma ajuda de 6,4 bilhões de dólares à Ucrânia, para ajudá-la na sua defesa contra o agressor russo. Assim como ocorreu na Europa, Vladimir Putin e os seus acólitos terão os seus bilhões pessoais congelados nos bancos americanos. A entrada do tirano russo nos Estados Unidos poderá também ser proibida, numa iniciativa de grande alcance simbólico.
A China, por sua vez, está numa situação ambígua. Pequim, aparentemente, começa a perceber que cometeu um erro ao apoiar a aventura de Vladimir Putin na Ucrânia, ao contrário do que ocorreu por ocasião da invasão da Crimeia, em 2014, quando ela se manteve neutra. O repúdio internacional a coloca em dificuldades, como potência que quer esvaziar a influência americana e se tornar um polo atrativo do chamado multilateralismo. Ninguém confiaria num país que apoia a Rússia na matança na Ucrânia. Além disso, uma guerra na Europa que se prolongue por muito tempo pode dificultar o plano de Pequim de invadir Taiwan, que os chineses consideram região sua, ao invés de facilitá-lo. A ação contra Taiwan se daria num contexto que poderia causar uma conflagração mundial que não interessa a ninguém que tenha bom senso — se é que alguém ainda tem bom senso. Por último, o apoio à Rússia está em nítida contradição com o discurso habitual e oportunista da China em defesa da não interferência na soberania dos países. Foi confrontado com esse quadro que Xi Jinping pediu a Vladimir Putin que negociasse com a Ucrânia.
Milhares de refugiados ucranianos continuam a adentrar a Polônia e a Eslováquia. A estimativa agora é que, se a guerra durar muito tempo, até cinco milhões de cidadãos fugirão do país, em busca de segurança. Neste momento, o governo da Ucrânia não permite que homens de 18 a 60 anos saiam do país. Todos foram convocados para lutar. A ONU insiste para que a Rússia permita a entrada na Ucrânia de ajuda humanitária, mas até o momento o Kremlin tem ignorado essa necessidade. A federação polonesa de futebol acaba de anunciar que não disputará com a Rússia a partida eliminatória para a Copa do Mundo, em 24 de março, em Moscou. O centroavante polonês Robert Lewandowski apoiou a decisão. “É a decisão certa. Não podemos fingir que nada está acontecendo”, escreveu ele no Twitter.
O presidente ucraniano Volodymir Zelensky, um ex-comediante, está impressionando os chefes de estado ocidentais pela liderança moral e coragem com a qual enfrenta as hordas de Vladimir Putin. Ele inspira a resistência aos russos. Palhaço é quem o acha um idiota. O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves le Drian, definiu Vladimir Putin como “ditador cínico”. Ele também é um açougueiro que, atolado numa Ucrânia que recusa a submissão, emparedado por sanções econômico-financeiras e sem conexão com a realidade, pode levar o mundo ao apocalipse.
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