Numa conferência de imprensa após a primeira reunião conjunta dos governos polaco e alemão desde 2018, durante a qual ambos os líderes tentaram destacar os seus esforços para melhorar a cooperação através de um plano de ação, as coisas tornaram-se pouco diplomáticas quando se voltaram para a questão da defesa.

Tusk disse aos repórteres que estava “irritado” com a recusa da Alemanha em considerar títulos de defesa e com as iniciativas concorrentes em matéria de defesa e aquisições militares em toda a Europa.

“Em geral, a Europa está dramaticamente desorientada”, disse Tusk. “Há falta de cooperação.”

A Polônia aumentou rapidamente as suas despesas com a defesa para 4,12% do PIB em 2024 – superando facilmente a meta de 2% da Otan e tornando-se o país com maior despesa per capita da UE. A Alemanha prometeu atingir 2% este ano.

Tusk deseja que a aliança faça um trabalho melhor na coordenação de seus gastos e programas. Em particular, a Polônia gostaria de aumentar os gastos com a defesa através de iniciativas como a dívida conjunta da UE para investimentos militares, também conhecidas como obrigações de defesa. No entanto, na cimeira da UE da semana passada, a Alemanha opôs-se categoricamente a esta opção.

“A Alemanha não precisa financiar os nossos tanques. Faremos isso nós mesmos”, disse Tusk. “Gostaríamos apenas de salientar a todos, incluindo os nossos parceiros alemães, que as questões da segurança do continente não devem ser vistas separadamente”, continuou.

Tusk também procura o apoio da UE para uma linha de defesa ao longo da Polônia e da fronteira da região do Báltico com a Bielorrússia e a Rússia. “Gostaria que a Europa fosse capaz de coordenar… entre iniciativas concorrentes dos vários países, e isso ainda não está coordenado”, disse Tusk.

Em seu perfil no X, Olaf Scholz publicou fotos do encontro com Tusk e escreveu:

“Queremos uma voz forte da Polônia na Europa, porque a segurança dos nossos países está indissociavelmente ligada. Defendemos isto, como vizinhos, como aliados da Otan e como parceiros da UE. Caro Donald Tusk, obrigada pelas consultas governamentais construtivas”