14 peregrinos morrem em Meca devido ao calor
A celebração deste ano da Haji — a peregrinação que leva milhares de muçulmanos até sua cidade santa, Meca — está sendo marcada por temperaturas elevadas que já mataram pelo menos 14 pessoas
A celebração deste ano da Haji — a peregrinação que leva milhares de muçulmanos até sua cidade santa, Meca — está sendo marcada por temperaturas elevadas que já mataram pelo menos 14 pessoas.
Cidadãos da Jordânia deslocavam-se para as celebrações religiosas, mas acabaram morrendo de insolação, informou no domingo à noite o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita, que dá ainda conta do desaparecimento de outros 17 peregrinos.
O consulado da Jordânia já está coordenando com “as autoridades sauditas competentes o transporte dos corpos ou o seu funeral”, acrescentou ainda o governo num comunicado divulgado na rede social X.
“O stress com o calor é o maior desafio”, afirmou Mohammed Al-Abdulaali, porta-voz do Ministério da Saúde saudita. Segundo Al-Abdulaali, só no domingo, 16 de junho, 2.760 pessoas tiveram de ser atendidas devido a casos de insolação.
As autoridades sauditas puseram em prática medidas para aliviar as temperaturas extremas como zonas climatizadas e distribuição de água. Mas deixam avisos aos peregrinos para se manterem hidratados e evitarem a exposição solar entre as 11h00 e as 15h00.
No domingo, as temperaturas no oeste da Arábia Saudita – onde fica Meca – chegaram aos 47ºC.
A maior parte das cerimônias da Haji realiza-se ao ar livre, o que dificulta o trabalho das autoridades. Foi neste dia que se realizou um dos eventos centrais da celebração: o “Apedrejamento do Diabo”, em que os fiéis atiram sete pedras a três pilares, que simbolizam o diabo.
A Haji é um dos cinco pilares do Islão: todos os muçulmanos, que tenham meios financeiros e capacidade física para tal, devem cumprir a peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida.
Este ano, 1,83 milhões de muçulmanos participam no ritual. Segundo o ministro saudita Tawfiq bin Fawzan al-Rabiah, este é um número ligeiramente menor que os 1,9 milhões de peregrinos registados em 2023.
Mas as 14 mortes deste ano não são a primeira desgraça a ensombrar a celebração. Em 2015, 2.070 pessoas morreram esmagadas pela multidão.
A sucessão de catástrofes durante a Haji levou as autoridades sauditas a repensarem alguns dos eventos, tornando-os mais simbólicos, para impedir ajuntamentos demasiado.
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