Facebook: o tiro no pé de Zuckerberg
Mark Zuckerberg anunciou que diminuirá drasticamente o tráfego de notícias no Facebook. Cora Rónai publicou uma ótima coluna a respeito dessa mudança em O Globo. Leia o trecho a seguir...
Mark Zuckerberg anunciou que diminuirá drasticamente o tráfego de notícias no Facebook. Cora Rónai publicou uma ótima coluna a respeito dessa mudança em O Globo.
Leia o trecho a seguir:
“Para mim, parece óbvio que a mudança tem menos a ver com um súbito desejo de fazer o bem e de reforçar a comunidade do que com o medo, bastante justificado, de uma regulamentação no setor. As redes sociais, especialmente Facebook, Twitter e YouTube, ficaram muito em evidência com a eleição de Trump. A onda de fake news que a cercou foi a gota d’água numa onda de má vontade que veio tomando corpo, ao longo do ano passado, contra as gigantes de tecnologia.
Zuckerberg sabe que é hora de ficar pianinho e de fazer cara de paisagem. Sai material polêmico, entram os papos do cotidiano. Quem pode ser contra uma rede que une parentes e amigos em torno de conversas inócuas e fotos de bebês?
Tenho a impressão, porém, de que isso será um tiro no pé. Milhares de empresas gastaram muitos milhões de dólares para criar conteúdo e marcar presença na rede. Esse gasto não foi feito do nada; foi feito porque o Facebook lhes assegurou que seria um bom investimento. É claro que, agora, todas vão repensar as suas estratégias, até porque, já há alguns meses, não conseguem alcançar seus seguidores naturalmente — para serem lidos, seus posts precisam ser ‘impulsionados’, vale dizer, pagos.
Ao mesmo tempo, muita gente já criou o hábito de se informar através do Facebook, seguindo páginas de jornalistas, influenciadores e empresas de mídia em geral — além de firmas de ramos diversos que cobrem seus interesses. Para parte ponderável dos usuários, o Facebook é menos boletim familiar do que agregador de notícias. Sou a primeira a reconhecer o valor de uma foto de gato, mas há um limite para a quantidade de assuntos irrelevantes que um ser humano aguenta.
Se eu fosse o Google, tirava o G+ do armário, dava uma boa escovada e apresentava aos usuários como opção inteligente ao Facebook.”
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