Após a partida contra o Bolívar, válida pelas oitavas de final da Libertadores, o treinador Tite do Flamengo sentiu-se mal e precisou de atendimento do departamento médico do clube. Ao desembarcar no Rio de Janeiro, ele foi levado ao hospital para realizar novos exames.

Em comunicado oficial, o Flamengo informou que o treinador de 63 anos apresentou elevações na frequência cardíaca e arritmia, atribuídas à altitude.

Eis a nota do Flamengo:

“O Clube de Regatas do Flamengo informa que, após a partida de ontem, em La Paz, o técnico Tite passou mal e necessitou de atendimento do Departamento Médico rubro-negro.

Foram detectadas elevações da frequência cardíaca e arritmia causadas pela altitude. O treinador foi prontamente medicado e assistido pelos médicos e staff durante o retorno ao Rio de Janeiro.

Após o desembarque, Tite foi encaminhado diretamente ao Hospital Copa Star para a realização de exames, que confirmaram a Fibrilação Atrial. O laudo não apontou a necessidade de intervenção cirúrgica até o momento.

O treinador está lúcido, estável, mas permanecerá internado para a reversão do quadro através de medicamentos.

Desejamos uma rápida recuperação ao nosso comandante.”

O Flamengo havia vencido o jogo de ida por 2 a 0 no Maracanã e viveu fortes emoções em La Paz para impedir o empate do Bolivar no placar agregado. Tomou um gol no segundo tempo e sofreu pressão até o fim, sendo salvo pela grande atuação do goleiro Agustín Rossi. À beira do campo, Tite manifestava alta tensão, até o apito do árbitro.

Com o resultado, o time avançou para as quartas de final da Libertadores, etapa na qual enfrentará o Peñarol, do Uruguai, em setembro, em data a ser definida. Por ter finalizado a fase de grupos com menor pontuação que o adversário, o Flamengo terá de definir novamente a vaga fora de casa, dessa vez no Estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu.

O que é a fibrilação atrial que Tite teve

A fibrilação atrial é uma condição comum de arritmia cardíaca, caracterizada por batimentos cardíacos irregulares que afetam de 2% a 4% da população mundial. Essa irregularidade pode ser especialmente perigosa para pessoas mais velhas aumentando o risco de eventos graves como acidentes vasculares cerebrais (AVC), conhecidos como derrames, e insuficiência cardíaca.

Em pacientes com essa condição, o ritmo anormal de contração dos átrios impede o fluxo adequado de sangue, que pode se acumular e formar coágulos. Se um desses coágulos viajar pela corrente sanguínea e bloquear uma artéria no cérebro, pode resultar em um AVC.

Além da idade, outros fatores de risco para fibrilação atrial incluem hipertensão arterial, histórico de infarto, hipertireoidismo, doenças cardíacas preexistentes, diabetes, obesidade e consumo excessivo de álcool.

A baixa oxigenação do sangue, um fator exacerbado pela altitude, também pode desencadear essa condição. Em locais de altitude elevada, a pressão atmosférica é reduzida, o que faz com que o ar seja menos denso e o nível de oxigênio no sangue diminua. Essa condição foi apontada como um dos fatores que contribuíram para o quadro de Tite.