Os triatletas, que recentemente completaram sua segunda prova de natação no rio Sena, enfrentaram um nível significativo de estresse devido aos altos níveis de bactérias na água, que causaram várias interrupções. Apesar dos riscos, muitos atletas decidiram competir, ignorando os possíveis perigos de resíduos no rio.

Segundo reportagem da Reuters, a França investiu cerca de 1,4 bilhão de euros (R$ 8.9 bilhões) para modernizar o sistema de esgoto de Paris, com a promessa de tornar o Sena seguro para nadar até o próximo verão. No entanto, esses esforços chegaram tarde demais para os triatletas que participaram das provas olímpicas.

O revezamento misto ocorreu conforme planejado, após os organizadores confirmarem o evento na noite anterior, atendendo às demandas dos atletas por maior certeza. A corrida individual masculina, adiada de última hora devido aos altos níveis de bactérias, aumentou a ansiedade entre os competidores.

Morgan Pearson, membro da equipe dos EUA que conquistou a prata no revezamento, expressou frustração com a situação: “Acho que poderiam ter investido mais para garantir água limpa. Parecia que estavam apenas torcendo pelo melhor porque são as Olimpíadas“. Outros atletas também relataram que a incerteza afetou seu desempenho e foco.

Esforços para mitigar o estresse

Os organizadores tentaram reduzir o estresse confirmando o evento de revezamento misto na noite anterior, em vez de na manhã da competição. Anne Descamps, porta-voz de Paris 2024, explicou em coletiva de imprensa que uma reunião foi realizada para revisar os resultados da qualidade da água em resposta às preocupações das equipes e atletas.

“A decisão de confirmar o evento foi baseada nos resultados que mostraram uma melhoria contínua na qualidade da água do Sena“, disse Descamps.

Os testes de qualidade da água foram realizados por um segundo laboratório certificado, que confirmou que a água estava dentro dos limites aceitáveis pela World Triathlon.

Qualidade da água do Sena ainda preocupa

Apesar dos esforços para garantir a segurança, a incerteza sobre a qualidade da água continuou a ser uma preocupação. Georgia Taylor-Brown, da Grã-Bretanha, que ajudou sua equipe a conquistar o bronze, sugeriu que os organizadores deveriam ter previsto um local alternativo para a competição.

A equipe belga não competiu no revezamento misto depois que a atleta Claire Michel adoeceu, levantando especulações sobre a possível contaminação do rio. Michel expressou sua decepção nas redes sociais, mas o comitê olímpico belga não divulgou detalhes sobre a causa da doença.

Cassandre Beaugrand, da França, que ganhou ouro no evento individual e ficou em quarto no revezamento, comentou que é difícil determinar se Michel foi infectada pela água do rio: “Nadamos o tempo todo em um rio poluído, então é muito lamentável.”

Enquanto alguns medalhistas expressaram preocupações sobre a saúde, Seth Rider, da equipe dos EUA, estava mais focado em sua conquista. “Não me importo agora que tenho essa medalha“, disse ele. “Vou passar uma noite no banheiro.“