Presidente da Fifa sugere impor derrota a time de torcedor racista
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, fez um apelo para que sejam implementadas proibições nos estádios em todo o mundo para espectadores racistas e derrota automática para equipes cujos torcedores tenham condutas abomináveis.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, fez um apelo para que sejam implementadas proibições nos estádios em todo o mundo para espectadores racistas e derrota automática para equipes cujos torcedores tenham condutas abomináveis.
Infantino ressaltou que não há lugar para discriminação no futebol e na sociedade em geral. Ele classificou os eventos ocorridos em Udine e Sheffield como “totalmente abomináveis e completamente inaceitáveis“. O presidente da Fifa ainda expressou seu total apoio aos jogadores afetados pelos acontecimentos.
O que aconteceu durante os jogos citados por Infantino?
Durante a partida entre Udinese e Milan, realizada no estádio Friuli, em Udine, torcedores ofenderam o goleiro francês Mike Maignan. O incidente levou o árbitro a interromper a partida por alguns minutos.
Já na Inglaterra, o meio-campista jamaicano Kasey Palmer, do Coventry, acusou torcedores do Sheffield Wednesday de praticarem atos racistas contra ele durante um jogo da segunda divisão do Campeonato Inglês.
O que propõe o presidente da FIFA?
Infantino propôs um processo em três etapas: interromper a partida, voltar a interrompê-la caso a má conduta persista e encerrá-la definitivamente. Além disso, o presidente da Fifa sugeriu que os times cujos torcedores pratiquem racismo e causem o encerramento da partida sejam automaticamente derrotados.
Ele também defendeu a implementação de proibições nos estádios em todo o mundo e acusações criminais para os racistas.
A Fifa e o futebol, como um todo, demonstram total solidariedade às vítimas do racismo e de qualquer forma de discriminação. Infantino ressaltou a importância de dizer “não ao racismo” e “não a qualquer forma de discriminação”.
Episódios de racismo no futebol italiano não são incomuns. Maignan, por exemplo, já foi alvo de discriminação por parte de torcedores da Juventus em 2021 e do Cagliari em 2022. O goleiro lamentou a falta de mudanças mesmo diante dos comunicados, campanhas publicitárias e protocolos adotados pelas entidades esportivas.
Maignan destacou a importância de todas as partes envolvidas assumirem suas responsabilidades. Ele criticou os autores dos atos racistas, assim como os espectadores que presenciaram tudo e se calaram.
O goleiro também chamou a atenção para a responsabilidade do clube Udinese, que tratou a interrupção do jogo como algo sem importância. Maignan enfatizou ainda que as entidades esportivas e o Ministério Público também são cúmplices caso não tomem medidas efetivas.
O jogador afirmou que é normal ser vaiado pela torcida adversária quando se joga fora de casa, mas imitar gritos de macaco é inaceitável.
Durante o jogo contra a Udinese, Maignan já havia alertado o árbitro sobre os acontecimentos nas arquibancadas no primeiro tempo. Poucos minutos depois, ele decidiu deixar o campo, sendo acompanhado pelos colegas de equipe.
Os jogadores do Milan permaneceram à beira do gramado por alguns instantes, demonstrando apoio a Maignan. Após cinco minutos, a partida foi reiniciada.
O astro do Paris Saint-Germain, Kylian Mbappé, manifestou apoio a Maignan por meio das redes sociais. Ele afirmou que o goleiro não está sozinho e que todos estão com ele. Mbappé também criticou a falta de soluções para os constantes problemas relacionados ao racismo no futebol.
A Federação Francesa de Futebol (FFF) também demonstrou total apoio a Maignan e condenou os incidentes ocorridos em Udine. A entidade ressaltou a importância de todas as partes envolvidas tomarem medidas efetivas, começando pela educação nas escolas, para combater o racismo no esporte e na sociedade como um todo.
Outros clubes italianos, como a Inter de Milão, e a Federação Italiana de Futebol (FIGC) também mostraram apoio a Maignan nas redes sociais.
As palavras mais duras vieram do ex-técnico do Milan e da seleção italiana, Arrigo Sacchi. Ele questionou como é possível que ainda se ouçam cânticos racistas em estádios de futebol em pleno ano de 2024 e afirmou que o problema é cultural, destacando a ignorância presente no país.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)