As principais ligas de futebol da Europa, juntamente com a FifPro, o sindicato internacional dos jogadores, apresentaram uma queixa formal à Comissão Europeia contra a Fifa. A acusação destaca abusos de poder relacionados à organização do calendário mundial de partidas.

O anúncio foi feito em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira, enfatizando que a centralização e a imposição de decisões por parte da Fifa violam as leis da União Europeia.

Motivos da queixa contra a FIFA

Um dos principais fatores que motivaram a denúncia foi o novo formato do Mundial de Clubes, planejado para ocorrer no meio do próximo ano.

Além disso, o aumento da fase inicial da Champions League e a introdução da Liga das Nações também geraram descontentamento.

As ligas europeias, no entanto, decidiram não incluir a Uefa na denúncia, pois consideram a relação com a confederação europeia mais aberta e dialogada.

Acusações de abuso de poder da FIFA

Em um comunicado oficial, as entidades envolvidas alegaram que a Fifa impõe decisões arbitrárias no calendário internacional.

Segundo a denúncia, essas ações visam expandir suas próprias competições para aumentar as receitas, em detrimento do bem-estar dos jogadores e da integridade das ligas nacionais.

O presidente da FifPro na Europa, David Terrier, destacou que a preocupação central é que a Fifa está manipulando o cronograma global de jogos sem considerar outros fatores importantes, como o tempo de viagem dos jogadores e os impactos em suas carreiras e na saúde mental.

Impacto nos jogadores e ligas nacionais

A sobrecarga de jogos está gerando sérios efeitos negativos nos jogadores, incluindo fadiga, lesões e desgaste psicológico.

A European League, que representa 39 ligas de futebol profissional em 33 países, expressou sua insatisfação com a situação.

Embora a LaLiga não seja membro da associação, a mesma apoiou a denúncia, reforçando a importância de mudanças.

Richard Masters, CEO da Premier League, afirmou que enquanto as ligas nacionais preservaram seus formatos, o cenário internacional e regional do futebol passou por expansões incessantes, colocando pressão adicional nos calendários e nas condições físicas dos atletas.

Repercussão e próximos passos

Ao divulgar a denúncia, a FifPro também usou suas redes sociais para amplificar as vozes dos jogadores, através de entrevistas onde expressavam desconforto com o aumento das partidas.

A entidade assegurou que essa questão não será ignorada e reforçou a necessidade de um processo mais inclusivo e transparente para a organização do calendário internacional de futebol.

O próximo passo envolve aguardarem a resposta da Comissão Europeia à queixa formal, destacando a expectativa por uma revisão das práticas da Fifa para proteger os interesses dos jogadores e das ligas ao redor do mundo.