Júlio César Agripino ganha ouro e quebra recorde mundial em Paris
Júlio César Agripino faz história ao conquistar ouro nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 nos 5.000m T11, com novo recorde mundial.
O atletismo paralímpico brasileiro celebrou uma conquista inédita nesta sexta-feira, 30 de agosto de 2024, quando Júlio César Agripino, 33 anos, venceu a prova dos 5.000m na classe T11 (deficiências visuais) nos Jogos Paralímpicos de Paris. O atleta paulista completou a prova em 14min48s85, estabelecendo um novo recorde mundial e paralímpico.
A conquista de Júlio não veio sozinha. O sul-mato-grossense Yeltsin Jacques, de 32 anos, garantiu o bronze na mesma prova. Essa dobradinha no pódio é um marco histórico para o Brasil, mostrando a força e dedicação de seus atletas no paradesporto.
Atletismo Paralímpico: Dobradinha Brasileira e Novo Recorde
Júlio César Agripino comemorou emocionado sua vitória nos 5.000m, dedicando a medalha ao seu avô. Superando suas próprias limitações e adversidades, ele mostrou que a determinação pode transformar sonhos em realidade.
“É muita emoção ser campeão paralímpico e quebrar o recorde mundial. Eu comecei a treinar num campinho, sem muitas condições, mas nunca desisti. Dedico essa medalha ao meu avô,” disse Júlio, emocionado após a prova.
A prata ficou com o japonês Kenya Karasawa, enquanto Yeltsin Jacques, que também fez uma prova incrível, completou o pódio com o bronze. As conquistas dos brasileiros reforçam o protagonismo do país no atletismo paralímpico.
Qual é a Jornada de Júlio César Agripino no Paradesporto?
Júlio foi diagnosticado com ceratocone, uma doença degenerativa na córnea, aos sete anos. Antes de migrar para o paradesporto, ele era atleta convencional no atletismo. Sua transição foi facilitada pelos treinadores do Centro Olímpico, que viram seu potencial e o incentivaram a competir na categoria T11.
Ele enfrentou muitos desafios, especialmente na parte mental. “Eu sempre tive dificuldade para controlar a parte mental e me concentrar. Mesmo bem condicionado, falhava na concentração”, confessou Júlio. Uma conversa na véspera da prova com sua psicóloga foi essencial para sua vitória. “Ela me acalmou e disse que eu reagiria bem. Acordei decidido a vencer, e foi o que aconteceu,” explicou o campeão.
Patrocínios e Apoio aos Atletas Paralímpicos
As conquistas no atletismo paralímpico brasileiro são amplamente apoiadas por patrocinadores importantes. As Loterias Caixa e a Braskem são patrocinadoras oficiais, oferecendo suporte financeiro e estrutural para que os atletas se preparem e participem das competições.
A História de Yeltsin Jacques no Atletismo
Yeltsin Jacques, que levou o bronze nos 5.000m em Paris, também tem uma trajetória notável. Ele nasceu com baixa visão e começou no atletismo ajudando um amigo cego a correr. Desde então, ele participou de várias competições, estreando nos Jogos Paralímpicos Escolares em 2007.
Nos Jogos de Tóquio 2020, Yeltsin conquistou dois ouros nos 5.000m e 1.500m, classe T11, e ainda detém o recorde mundial dos 1.500m com o tempo de 3min57s60. Em Paris, apesar de enfrentar uma lesão e uma virose, Yeltsin mostrou resiliência e determinação: “Minha esposa sempre diz que podemos escolher entre chorar ou fazer a melhor limonada com o limão que temos. Estou feliz por ter completado minha missão aqui,” afirmou o atleta.
- Júlio César Agripino – Ouro (5.000m, classe T11)
- Yeltsin Jacques – Bronze (5.000m, classe T11)
Com o apoio de empresas e esforços dedicados dos atletas, o Brasil continua brilhando no cenário paralímpico, trazendo orgulho e inspiração para todos. As histórias de superação como as de Júlio e Yeltsin lembram o poder da determinação e do apoio na busca por sonhos.
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