Pietro Casartelli começou a praticar esqui alpino aos dois anos de idade e sempre sonhou em se tornar um atleta profissional, com a esperança de competir na Copa do Mundo do esporte. No entanto, agora, aos 18 anos, ele acredita que as mudanças climáticas estão tornando seus objetivos uma realidade cada vez mais difícil e custosa.

Temporadas mais quentes e curtas

Os climas mais quentes e uma temporada de inverno cada vez mais curta parecem estar colocando em cheque os esportes de inverno e testando a determinação dos profissionais e amadores. Josiane Sempe, proprietária de uma loja de aluguel de esquis na fronteira entre a França e a Espanha, acredita que if se continuarmos tendo temporadas como esta teremos que parar.

Treinamento interrompido e custos mais altos

No ano passado, Casartelli se inscreveu em um acampamento de treinamento no Chile, onde a neve nas montanhas dos Andes do hemisfério sul proporciona condições adequadas para o treinamento durante a temporada de verão europeia. No entanto, sua viagem ao Chile foi cancelada devido aos altos custos, o que exemplifica como as alterações climáticas estão tornando o esqui alpino uma modalidade cada vez mais elitizada.

Abordagem da Federação Internacional de Esqui

A Federação Internacional de Esqui reconhece que eventos climáticos imprevisíveis são um desafio maior para os esportes de inverno do que o aumento das temperaturas. Tempestades cada vez mais comuns têm forçado o cancelamento de eventos e a entidade teve recentemente que cancelar duas corridas na Alemanha e na França.

O futuro dos Jogos Olímpicos de Inverno

As preocupações com as mudanças climáticas também estão aumentando à medida que os Jogos Olímpicos de Inverno de 2026 em Cortina-Milão se aproximam. Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, sugeriu que pela metade do século XXI, haverá apenas 10 a 12 países capazes de sediar eventos de neve.

Adaptação a novas realidades

Diante das circunstâncias desfavoráveis, cresce o consenso de que é importante encontrar maneiras de se adaptar e explorar outras atividades na natureza, como ciclismo ou caminhadas. A aposta é que, ao diversificar as atividades, os principais resorts de esqui possam continuar a atrair turistas, apesar das mudanças climáticas.

Os impactos das mudanças climáticas no esqui alpino evidenciam a necessidade urgente de ações efetivas para mitigar a crise climática global. Somente através de medidas sustentáveis e inovadoras será possível garantir a preservação dos esportes de inverno e a realização dos sonhos de jovens atletas como Pietro Casartelli.