Disputa entre EUA e China causa tensão nas Olimpíadas de Paris 2024
Nadadores da China, a caminho de Paris, passaram por testes antidoping com o dobro de frequência de atletas de outros países.
A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) afirma estar “injustamente envolvida” em uma disputa geopolítica entre os EUA e a China, com reflexos nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Nessa nova fase de rivalidade, os nadadores chineses são alvo de múltiplas acusações de doping, pautadas por uma polêmica em que a Wada estaria supostamente acobertando os casos.
Nadadores da China, a caminho de Paris, passaram por testes antidoping com o dobro de frequência de atletas de outros países.
Essa situação desencadeou acusações chinesas de que há um esforço para prejudicar seu desempenho.
Em resposta, a Wada declarou na terça-feira, 30/8, que está sendo pega “no meio das tensões geopolíticas entre as superpotências, mas tem um papel técnico e não político nessa situação.”
Crise de doping nos jogos Olímpicos de Paris 2024
A saga começou com a Agência Antidoping dos EUA (Usada) acusando a Wada e a Agência Antidoping da China (Chinada) de suprimir denúncias e ocultar testes positivos.
A Wada, por sua vez, está considerando ações legais contra a Usada por declarações “difamatórias”.
Esse embate não é apenas esportivo, mas também político, com legisladores dos EUA propondo um projeto que autoriza a Casa Branca a cortar o financiamento da Wada.
Por que a China está sob suspeita de doping?
As alegações de doping contra nadadores chineses se intensificaram após a publicação de reportagens no New York Times que destacavam dois casos que envolviam esteroides proibidos em 2022.
Segundo a Agência Antidoping da China, os atletas ingeriram a substância sem saber, ao consumir hambúrgueres contaminados.
A Usada acusa a Wada de permitir regras diferenciadas para a China, favorecendo-a injustamente.
Papel da Wada nos Jogos Olímpicos de Paris 2024
O papel da Wada é garantir a integridade dos esportes por meio de testes rigorosos e imparciais.
No entanto, ao responder às acusações, a Wada refere-se aos resultados negativos dos suplementos nutricionais e testes de cabelo dos atletas chineses.
A agência defende que ambos os nadadores apresentaram controles negativos antes e depois do único teste positivo.
Na declaração, a Wada destacou que a contaminação é uma questão global, citando casos similares em diversos países.
O uso de drogas como clenbuterol em rebanhos tem causado testes positivos em atletas que consomem carne contaminada. A organização continua investigando tais casos na China, México e Guatemala.
Legisladores dos EUA politizam antidoping?
Em meio ao turbilhão de acusações, a Wada denuncia que a politização do antidoping prejudica a confiança e divisão entre os reguladores.
Legisladores dos EUA envolveram-se no debate técnico do antidoping, criando uma sombra política sobre análises científicas e decisões legais.
Pressão sobre a equipe chinesa nos Jogos Olímpicos de Paris 2024
O aumento nos testes antidoping de nadadores chineses em 2024 eleva a pressão sobre a equipe. Desde janeiro, cada nadador foi testado, em média, 21 vezes contra quatro vezes dos nadadores australianos e seis vezes dos americanos.
Essa abordagem foi criticada pela mídia chinesa e por figuras como Shen Yi, professora de política internacional, que alegam que os EUA dominam as regras antidoping.
O nadador Qin Haiyang, recordista mundial nos 200m peito masculino, comentou que tais testes provam que “as equipes europeias e americanas se sentem ameaçadas pelo desempenho da equipe chinesa.“
Ele ressaltou que essas táticas visam desequilibrar o preparo psicológico dos atletas chineses.
Controvérsias à parte, a natação chinesa já coleciona um ouro, duas pratas e três bronzes nos Jogos Olímpicos de Paris.
Atletas como Zhang Yufei, que ganhou prata em Tóquio, criticam a pressão e o ambiente hostil, mas afirmam que os testes antidoping têm um impacto relativamente irritante.
Com o aumento das tensões entre as superpotências, a saga antidoping nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 demonstra a complexa intersecção entre esportes, política e geopolítica, deixando claro que os desafios vão além das piscinas.
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