Como será o controle antidoping nas Olimpíadas?
Agência Internacional de Testes é responsável por organizar e gerenciar todos os testes antidoping de Paris 2024. Intel desenvolveu tecnologias para transmissão em 8K e análise de movimentos de atletas
A Agência Internacional de Testes (ITA) está encarregada de organizar e gerenciar todos os testes antidoping nos Jogos Olímpicos em Paris 2024. Este evento marca o retorno dos Jogos ao continente europeu após 12 anos, e com isso, traz uma grande mobilização para evitar fraudes.
Mais de 1.000 profissionais estarão envolvidos nas várias etapas da luta contra o doping. Cerca de 800 desses profissionais atuarão como acompanhantes, informando os atletas e acompanhando-os durante todo o processo de coleta de amostras.
Os Desafios dos Testes Antidoping
Cada local de competição terá uma área específica para esses controles, onde cerca de 360 agentes realizarão testes de sangue e urina nos atletas, de acordo com o International Standard for Testing and Investigations (ISTI). A novidade em Paris 2024 será o método de amostragem através de uma gota de sangue seco (DBS), que já teve sua estreia nos Jogos de Tóquio 2020. Esse método envolve a coleta de uma pequena quantidade de sangue que é seca em um papel absorvente especial, tornando o transporte e armazenamento mais eficientes.
Como a ITA Planeja Combater o Doping em Paris 2024?
Desde a criação da Agência Mundial Antidoping (WADA) em 1999, houve um movimento significativo contra o doping. No entanto, essa luta está longe de ser totalmente vitoriosa. Um exemplo recente envolveu a Associação Chinesa de Natação, que selecionou 11 nadadores para Paris 2024 que haviam testado positivo para uma droga proibida em 2021.
Nos últimos anos, a proporção de detecções de doping tem se mantido estável em torno de 2%. Ainda assim, o número de testes antidoping continua a aumentar, mostrando a persistência do problema.
Quais Esportes Serão Mais Monitorados?
Os anabolizantes são as substâncias mais detectadas, mas cada esporte tem suas especificidades. Os esportes que exigem força máxima e explosividade, como o levantamento de peso e o boxe, são mais suscetíveis ao doping androgênico. Já os esportes que exigem resistência aeróbica, como o ciclismo e o triatlo, podem recorrer ao doping sanguíneo.
Em Paris 2024, os esportes individuais mais monitorados serão:
- Ciclismo
- Levantamento de peso
- Boxe
- Triatlo
- Luta livre
- Atletismo
Como a Tecnologia Auxilia no Controle do Doping?
A importância do Documento Técnico para Análise Específica do Esporte (TDSSA) da WADA também deve ser destacada. Este documento determina o nível mínimo de análise para substâncias e métodos proibidos em cada disciplina, com base em uma avaliação prévia do risco fisiológico.
No futuro, a inteligência artificial (IA) poderá se tornar uma ferramenta essencial na detecção de doping. Pesquisas lideradas por Wolfgang Maaß, em parceria com a WADA, estão desenvolvendo modelos de IA que podem analisar grandes volumes de dados, identificando padrões que indicam doping com maior rapidez e precisão.
Os Testes Retrospectivos: Uma Medida Eficaz?
A prática de testes retrospectivos, permitida pelo Código Mundial Antidopagem, permite que amostras sejam analisadas até dez anos após a coleta. Isso é essencial, pois os testes muitas vezes não conseguem acompanhar as inovações das substâncias dopantes. Esta medida foi introduzida pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, e continua sendo uma ferramenta vital na luta contra o doping.
Em resumo, a luta contra o doping é uma batalha constante que ameaça a credibilidade dos esportes. Nos Jogos de Paris 2024, todos os recursos humanos e tecnológicos estarão sendo utilizados para garantir a integridade das competições.
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