"Se o país não cresce, a geração de emprego fica comprometida" "Se o país não cresce, a geração de emprego fica comprometida"
O Antagonista

“Se o país não cresce, a geração de emprego fica comprometida”

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Antonio Temóteo
3 minutos de leitura 14.11.2021 16:30 comentários
Entrevista

“Se o país não cresce, a geração de emprego fica comprometida”

A geração de empregos em 2022 está comprometida, diante da alta da inflação e do processo de elevação dos juros. A afirmação é do economista Carlos Alberto Ramos, professor da UnB, em entrevista a O Antagonista...

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Antonio Temóteo
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“Se o país não cresce, a geração de emprego fica comprometida”
Foto: Davi Pinheiro

A geração de empregos em 2022 está comprometida, diante da alta da inflação e do processo de elevação dos juros. A afirmação é do economista Carlos Alberto Ramos, professor da UnB, em entrevista a O Antagonista.

“Com a aceleração da inflação e desemprego alto, o poder de negociação dos trabalhadores cai. Além disso, o salário real também diminui. A inflação implica aumento do nível de pobreza. O Banco Central vai aumentar a taxa de juros e essa política vai trazer recessão”, disse

Para Ramos, o Brasil só voltará a crescer e a gerar empregos quando houver estabilidade política e econômica.

“As regras do jogo precisam ser estáveis. Isso passa por um governo mais previsível. Lamentavelmente, nós não temos isso no Brasil. Não sabemos, por exemplo, se a PEC dos Precatórios vai ser aprovada. Não há previsibilidade para 2022, imagina para fazer um investimento com prazo de 20 anos”, afirmou.

A geração de empregos em 2022 está comprometida?

A geração de empregos vai depender do crescimento econômico. Se o país não cresce, a geração de emprego fica comprometida. A informalidade pode crescer porque as pessoas precisam sobreviver. Todo esse problema fiscal e de inflação obriga o Banco Central a aumentar a taxa de juros para ancorar as expectativas de inflação. Isso reduz o crescimento e a geração de emprego. 

A inflação também tende a pressionar os salários?

Com a aceleração da inflação e desemprego alto, o poder de negociação dos trabalhadores cai. Além disso, o salário real também diminui. A inflação implica aumento do nível de pobreza. O Banco Central vai aumentar a taxa de juros e essa política vai trazer recessão. 

Os empregos gerados tem sido de baixa qualidade?

O Brasil é um dos países que menos cresce no mundo. A taxa é muito baixa. E isso não permite gerar empregos de qualidade, com bons salários. As vagas criadas com carteira assinada no Brasil são de nível médio e com salários baixos. Em um ambiente de alta inflação e baixo crescimento não é possível gerar bons empregos. Isso depende de crescimento de longo prazo e investimentos. 

A produtividade dos trabalhadores brasileiros continua baixa?

A produtividade depende de investimentos, tecnologia e capital humano, com foco em educação. São três fatores que estimulam a produtividade. No Brasil não há a combinação desses três fatores. Além disso, temos um ambiente macroeconômico instável. Não temos estabilidade no Brasil. Ninguém vai investir em país sem previsibilidade. 

O que é preciso para o Brasil voltar a crescer e gerar empregos?

As regras do jogo precisam ser estáveis. Isso passa por um governo mais previsível. Lamentavelmente, nós não temos isso no Brasil. Não sabemos, por exemplo, se a PEC dos Precatórios vai ser aprovada. Não há previsibilidade para 2022, imagina para fazer um investimento com prazo de 20 anos. 

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Antonio Temóteo

Antonio Temóteo é jornalista formado pelo UniCeub. Foi repórter do Correio Braziliense e do UOL. Nesse período, se especializou na cobertura política e econômica em Brasília. Acompanhou o impeachment de Dilma Rousseff e a aprovação de diversas pautas econômicas no Congresso Nacional. Entre outros prêmios, ganhou duas vezes o Esso de Informação Econômica e duas vezes o Abrapp, focado em matérias sobre fundos de pensão.

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