“Se o país não cresce, a geração de emprego fica comprometida”
A geração de empregos em 2022 está comprometida, diante da alta da inflação e do processo de elevação dos juros. A afirmação é do economista Carlos Alberto Ramos, professor da UnB, em entrevista a O Antagonista...
A geração de empregos em 2022 está comprometida, diante da alta da inflação e do processo de elevação dos juros. A afirmação é do economista Carlos Alberto Ramos, professor da UnB, em entrevista a O Antagonista.
“Com a aceleração da inflação e desemprego alto, o poder de negociação dos trabalhadores cai. Além disso, o salário real também diminui. A inflação implica aumento do nível de pobreza. O Banco Central vai aumentar a taxa de juros e essa política vai trazer recessão”, disse.
Para Ramos, o Brasil só voltará a crescer e a gerar empregos quando houver estabilidade política e econômica.
“As regras do jogo precisam ser estáveis. Isso passa por um governo mais previsível. Lamentavelmente, nós não temos isso no Brasil. Não sabemos, por exemplo, se a PEC dos Precatórios vai ser aprovada. Não há previsibilidade para 2022, imagina para fazer um investimento com prazo de 20 anos”, afirmou.
A geração de empregos em 2022 está comprometida?
A geração de empregos vai depender do crescimento econômico. Se o país não cresce, a geração de emprego fica comprometida. A informalidade pode crescer porque as pessoas precisam sobreviver. Todo esse problema fiscal e de inflação obriga o Banco Central a aumentar a taxa de juros para ancorar as expectativas de inflação. Isso reduz o crescimento e a geração de emprego.
A inflação também tende a pressionar os salários?
Com a aceleração da inflação e desemprego alto, o poder de negociação dos trabalhadores cai. Além disso, o salário real também diminui. A inflação implica aumento do nível de pobreza. O Banco Central vai aumentar a taxa de juros e essa política vai trazer recessão.
Os empregos gerados tem sido de baixa qualidade?
O Brasil é um dos países que menos cresce no mundo. A taxa é muito baixa. E isso não permite gerar empregos de qualidade, com bons salários. As vagas criadas com carteira assinada no Brasil são de nível médio e com salários baixos. Em um ambiente de alta inflação e baixo crescimento não é possível gerar bons empregos. Isso depende de crescimento de longo prazo e investimentos.
A produtividade dos trabalhadores brasileiros continua baixa?
A produtividade depende de investimentos, tecnologia e capital humano, com foco em educação. São três fatores que estimulam a produtividade. No Brasil não há a combinação desses três fatores. Além disso, temos um ambiente macroeconômico instável. Não temos estabilidade no Brasil. Ninguém vai investir em país sem previsibilidade.
O que é preciso para o Brasil voltar a crescer e gerar empregos?
As regras do jogo precisam ser estáveis. Isso passa por um governo mais previsível. Lamentavelmente, nós não temos isso no Brasil. Não sabemos, por exemplo, se a PEC dos Precatórios vai ser aprovada. Não há previsibilidade para 2022, imagina para fazer um investimento com prazo de 20 anos.
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