“The Room Next Door”: Novo filme de Almodóvar é ovacionado no Festival de Veneza
Na sala Grande do Palazzo del Cinema, o diretor espanhol foi ovacionado por 18 minutos e 36 segundos, emocionando o público e os críticos presentes.
O novo longa-metragem de Pedro Almodóvar, “The Room Next Door”, teve uma recepção avassaladora durante sua première mundial no Festival de Veneza.
Na última segunda-feira, 2, na Sala Grande do Palazzo del Cinema, o diretor espanhol foi ovacionado por 18 minutos e 36 segundos, emocionando o público e os críticos presentes.
Almodóvar, visivelmente comovido pela recepção calorosa do filme, agradeceu ao público beijando as mãos das protagonistas, Julianne Moore e Tilda Swinton.
Este filme marca a estreia de Almodóvar dirigindo em inglês e promete ser um marco significativo em sua carreira.
Pedro Almodóvar e uma nova era no cinema
Durante a entrevista coletiva em Veneza, Almodóvar compartilhou seus pensamentos sobre essa nova fase.
Ele disse que escolheu filmar em inglês para “começar uma nova era” em sua trajetória.
O diretor encontrou inspiração no livro “What Are You Going Through”, de Sigrid Nunez, dizendo que foi o “veículo perfeito” para essa transição.
Além disso, Almodóvar ressaltou que a linguagem não foi um desafio, pois tanto Julianne Moore quanto Tilda Swinton compreenderam perfeitamente o tom que ele desejava transmitir.
As duas atrizes foram fundamentais para a concretização da visão do diretor.
The Room Next Door, no filme de Almodóvar
O enredo de “The Room Next Door” gira em torno de Ingrid (interpretação de Moore), uma escritora de sucesso, e Martha (vivida por Swinton), uma jornalista de guerra que está lutando contra um câncer cervical terminal.
O filme foca na amizade das duas e em suas diferentes perspectivas sobre realidade, morte e amizade.
Em um ponto crucial do filme, Martha decide tomar uma pílula de eutanásia e pede a Ingrid que durma no quarto ao lado enquanto aguarda o efeito.
Esta situação cria uma reflexão profunda sobre a condição humana e a autonomia sobre a própria vida.
Reflexão sobre a Condição Humana e Eutanásia
Almodóvar afirmou que seu objetivo com o filme era abordar questões como “o estado do planeta e o estado das pessoas“.
Ele expressou de forma clara suas opiniões sobre a eutanásia, especialmente após o diagnóstico de câncer terminal da personagem de Swinton.
“Você deve ser o dono de sua própria experiência”, disse o diretor, reforçando a importância da autonomia individual em decisões críticas sobre a vida e a morte.
Crítica Internacional e reação do público
Além da recepção calorosa do público em Veneza, “The Room Next Door” também conquistou a crítica internacional.
O site Deadline descreveu o filme como “provocativo, vital e até radiante”, destacando seu contraste com o tema sombrio.
Variety elogiou a atuação de Tilda Swinton, chamando-a de “monumental” e afirmando que, embora o filme trate da morte, ele celebra a vida na forma honesta como aborda o tema.
Já o jornal The Guardian o classificou como “deslumbrante”.
Significado de “The Room Next Door” na carreira de Almodóvar
“The Room Next Door” é o primeiro longa-metragem de Almodóvar desde “Mães Paralelas” (2021), que também estreou no Festival de Veneza e rendeu a Penélope Cruz a Copa Volpi de Melhor Atriz.
Este ano, a atuação de Swinton e Moore coloca-as como fortes concorrentes ao prêmio, junto com Fernanda Torres, elogiada por “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles.
Com “The Room Next Door”, Pedro Almodóvar reafirma sua capacidade de emocionar e provocar reflexão, alçando novos voos em sua carreira com uma obra que promete deixar um impacto duradouro no cinema.
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