Tarantino: “2019 foi o último ano do cinema”
Diretor critica Hollywood e diz que o streaming matou a experiência cinematográfica

Quentin Tarantino, uma das maiores figuras do cinema mundial, afirmou que 2019 marcou o fim da era dos grandes filmes. A declaração foi dada durante uma entrevista no Festival de Sundance, em meio a críticas ao atual modelo de distribuição de filmes, que, segundo ele, transformou as salas de cinema em uma formalidade dispensável.
“Bem, o que diabos é um filme agora? Algo que passa nos cinemas por quatro semanas simbólicas? E na segunda semana você já pode assistir na televisão”, disse o diretor, conhecido por obras como Pulp Fiction e Kill Bill. Ele demonstrou indignação com a rapidez com que as produções chegam às plataformas de streaming, sugerindo que essa prática compromete o que outrora foi o auge da experiência cinematográfica.
Tarantino, que não lança um filme desde 2019, quando dirigiu Era Uma Vez em… Hollywood, criticou duramente o modelo atual da indústria. “Eu não entrei nesse mercado para ver tudo se transformar nisso”, disparou, referindo-se às estreias nos cinemas que, segundo ele, hoje são apenas uma formalidade antes de os filmes migrarem rapidamente para os streamings.
Para o diretor, o ano de 2019 não foi apenas o último período de grandes lançamentos, mas também o ponto de ruptura de uma tradição que já vinha sofrendo desgastes. Ele lembrou que mesmo no final dos anos 1990 a situação era difícil, mas não tão crítica quanto hoje. “Era ruim em 1997. Era ruim em 2019. Agora está muito pior”, afirmou.
Atualmente, Tarantino está focado em escrever uma peça de teatro, mas sua pausa no cinema não significa aposentadoria. O diretor já deixou claro que pretende cumprir sua promessa de realizar dez filmes ao longo da carreira, sendo o próximo — ainda sem título — o último. No entanto, ele ressaltou que não tem pressa: está aproveitando a paternidade e quer que seu filho Leo, de apenas cinco anos, tenha idade suficiente para entender o processo de produção quando seu décimo filme for feito.
Em um mundo onde o streaming se tornou o principal meio de consumo audiovisual, a declaração de Tarantino soa como um apelo para que Hollywood reflita sobre suas escolhas. Para ele, a tela grande ainda é o “último bastião” a ser defendido.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Fabio B
30.01.2025 08:02Culpa Streaming? Culpa também da energia elétrica ter acabado com o mercado de lampiões a querosene?