Silvio Santos, o colega de trabalho
O espírito cooperador de Silvio Santos em relação ao governo de Jair Bolsonaro não deveria causar surpresa.
O espírito cooperador de Silvio Santos em relação ao governo de Jair Bolsonaro não deveria causar surpresa.
Historicamente, o empresário sempre escolheu o caminho da boa vizinhança para preservar o SBT, seu projeto mais engenhoso. Inicialmente, a amizade era celebrada no boletim “Semana do Presidente”. De Figueiredo a Fernando Henrique Cardoso, cinco ex-presidentes aproveitaram a gentileza – o episódio dedicado ao aniversário de Fernando Collor é um clássico.
Lula e Dilma não contaram com as benesses da “Semana do Presidente”, mas isolados não ficaram. Em 2012, meses antes das eleições municipais, o SBT abriu as portas do “Programa do Ratinho” para Lula apresentar o então pré-candidato Fernando Haddad aos paulistanos. O poste venceu José Serra no segundo turno daquele pleito.
O próprio Silvio Santos, quando necessário, emprestou sua imagem. Em 1994, recebeu Fernando Henrique Cardoso, à época ministro da Fazenda, para explicar a URV, peça-chave para a implantação do Real. 24 anos depois, dividiu o palco com Michel Temer para vender a reforma da previdência – o projeto, devido à crise política, não prosperou.
Jair Bolsonaro não é o primeiro “patrão” de Silvio Santos, como alguns ventilaram nesta semana. E não será o último. Porque Silvio Santos não é colega de trabalho de um governo. Ele é colega de trabalho de todos os governos.
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