O Brasil perdeu na manhã de quinta-feira, 26 de dezembro de 2024, o ator e diretor Ney Latorraca (foto), um de seus grandes nomes do teatro e da televisão.

Ele faleceu aos 80 anos na zona sul do Rio de Janeiro, deixando um legado inestimável no cenário artístico nacional. A confirmação da morte foi feita pela Clínica São Vicente. A causa do óbito foi sepse pulmonar, causa pelo agravamento de um câncer de próstata.

Ney Latorraca nasceu em 25 de julho de 1944, em Santos, no litoral sul de São Paulo. Frequentou ambiente artístico desde jovem, por ser filho de artistas: seu pai era cantor e crooner, enquanto sua mãe era corista. O contato precoce com as artes moldou sua trajetória, definida por uma dedicação inabalável à representação e ao entretenimento.

Trajetória inicial no teatro

Aos 19 anos, Latorraca iniciou sua jornada profissional no teatro, ao passar em seu primeiro teste para a peça “Pluft, o Fantasminha”, de Maria Clara Machado.

Mudou-se para São Paulo, onde trabalhou sob a direção de Plínio Marcos, no Teatro Arena. Mas a peça “Reportagem de um Tempo Mau” foi censurada pelo regime militar, impedindo sua apresentação.

O ator se matriculou, em seguida, na Escola de Arte Dramática, onde aprimorou suas habilidades e participou de várias produções. Durante esse período, atuou em outros meios de comunicação, como a TV Tupi e a TV Cultura.

Reconhecimento nacional na televisão

Em 1975, Latorraca estreou na Rede Globo, onde sua carreira atingiu novos patamares. Tornou-se conhecido nacionalmente por seus papéis em novelas e programas humorísticos.

Entre suas atuações memoráveis estão o personagem Vampiro Vlad, na novela “Vamp” (1991), e o icônico Barbosa, no humorístico “TV Pirata”. Esses trabalhos consolidaram sua imagem como um ator versátil.

“Um gigante”

O ator Tony Ramos definiu o colega como “um gigante entre nós”.

“Dizer o que dessa grande trajetória, desse grande companheiro? Ator de muitos recursos. Um talento que, nós atores, sempre conhecemos, sempre soubemos. Essa notícia dá uma sacudida em toda nossa turma, porque é muito duro, muito triste”, lamentou, seguindo:

“Não sabia que ele estava com problema e internado. Só posso estender ao espectador a dimensão dele. Ele era grande, gigante entre nós. Um ator espontâneo. Quero ficar na lembrança com os jantares em nossa casa, aniversários, reunião da sala da dona Guta, nossa diretora de elenco.”

O dramaturgo Walcyr Carrasco, entre outros muitos artistas, também lamentou:

“Luto! Ney Latorraca, sua partida representa uma perda irreparável para a cultura nacional. Que sua arte continue a inspirar e que sua memória seja eternizada em nossos corações. Meus sentimentos à família, amigos e admiradores. Descanse em paz, Ney!”