Consumo de álcool entre idosos cresce: Entenda os perigos
Confira o estudo sobre o impacto do consumo de álcool na população idosa do Brasil
No Brasil, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas tem assumido proporções alarmantes, especialmente entre a população com 55 anos ou mais. De acordo com o relatório “Álcool e Saúde dos Brasileiros – Panorama 2024“, essa faixa etária viu um aumento significativo nas mortes relacionadas ao álcool. Em 2022, 55,5% dos óbitos relacionados a bebidas alcoólicas estavam concentrados nesta faixa etária, representando um crescimento em relação aos 42,6% registrados em 2010.
As mudanças fisiológicas decorrentes do envelhecimento contribuem para essa vulnerabilidade aumentada ao álcool. Com o passar dos anos, o organismo reduz sua capacidade de metabolizar o álcool eficientemente, aumentando sua permanência no corpo e potencializando seus efeitos nocivos. Fatores como viuvez, solidão e dificuldades financeiras também podem contribuir para que o álcool seja visto como uma forma inadequada de enfrentar problemas emocionais nesta fase da vida.
Por que o álcool afeta mais os idosos?
O corpo humano passa por diversas transformações com o avançar da idade, incluindo uma diminuição na eficiência de funções hepáticas e renais. Isso significa que o álcool pode permanecer no organismo dos idosos por períodos mais longos, intensificando seus efeitos adversos. Além disso, a redução da água corporal em pessoas mais velhas agrava ainda mais a sensibilidade ao álcool.
Além das mudanças fisiológicas, os idosos frequentemente enfrentam múltiplas condições crônicas de saúde e utilizam diversos medicamentos. A interação entre álcool e medicamentos pode resultar em efeitos tóxicos, como sedação excessiva e tonturas, aumentando os riscos de quedas e outros acidentes graves.
Qual é a relação entre o álcool e as doenças crônicas?
O consumo de álcool está associado a uma série de problemas de saúde, muitos dos quais se tornam mais complexos na presença de doenças crônicas. O álcool pode exacerbar condições como cirrose hepática, hipertensão e doenças cardíacas. Nas mulheres, o risco de doenças como pneumonia e câncer de cólon também está associado ao consumo excessivo.
Nos homens, as mortes relacionadas ao álcool estão mais frequentemente vinculadas a doenças diretamente causadas por ele, como transtornos mentais e a doença alcoólica do fígado. Tal cenário destaca a necessidade de uma maior conscientização sobre os perigos do álcool para a saúde dos idosos e o reforço de campanhas de prevenção.
Como a pandemia influenciou o consumo de álcool entre os idosos?
A pandemia de covid-19 teve um impacto notável no aumento do consumo de álcool, especialmente entre os mais velhos. O isolamento social, aliado a desafios emocionais como luto e solidão, levou muitos a buscar alívio no álcool. Dados do Ministério da Saúde indicam que entre 2020 e 2022, a média anual de mortes por transtornos mentais associados ao uso do álcool cresceu significativamente.
O aumento no consumo durante a pandemia revela a importância de se abordar a saúde mental como parte da atenção à saúde geral dos idosos. É crucial que medidas de suporte emocional estejam disponíveis para prevenir o agravamento desses cenários.
Sinais de alerta e medidas de prevenção
Reconhecer os sinais de abuso de álcool é fundamental para mitigar seus efeitos na população idosa. Indicativos como dificuldade em reduzir o consumo, a necessidade de quantidades maiores de álcool para sentir seus efeitos e a deterioração de relacionamentos pessoais e profissionais sinalizam a necessidade de intervenção.
O apoio de profissionais de saúde é vital para elaborar estratégias que podem variar desde a redução do consumo até a abstinência total. Campanhas educativas e o rastreamento na atenção primária são essenciais para identificar e lidar com problemas relacionados ao álcool em estágios iniciais, evitando consequências graves para a saúde.
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