Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos construíram uma base militar secreta sob o gelo da Groenlândia, conhecida como Camp Century. Esta instalação foi escavada a cerca de 10 metros abaixo da superfície e serviu como um local estratégico para a pesquisa polar e possíveis lançamentos de mísseis. O Dr. Robert Weiss, um dos poucos habitantes do local, compartilhou suas experiências e memórias de viver nesta cidade movida a energia nuclear.

O Projeto Iceworm e seus objetivos

O Camp Century fazia parte de um plano secreto chamado Projeto Iceworm, que visava criar uma rede de túneis para lançar mísseis sob o gelo do Ártico. O objetivo era ter uma posição estratégica mais próxima da Rússia. No entanto, o projeto nunca foi concluído e permaneceu desconhecido até 1997, quando documentos foram desclassificados. A base operou entre 1960 e 1967, mas foi abandonada devido a desafios logísticos e ambientais.

Como era a vida no Camp Century?

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A vida no Camp Century era única e desafiadora. A base abrigava cerca de 200 homens, com instalações que incluíam dormitórios, laboratórios e um refeitório. A energia era fornecida por um reator nuclear, e a água era obtida através de um poço cavado no gelo. Apesar das condições extremas, Weiss descreveu a vida no acampamento como confortável, com atividades de lazer como xadrez e filmes.

Impactos científicos e legado do Camp Century

O Camp Century deixou um legado significativo na pesquisa científica, especialmente na paleoclimatologia. Cientistas perfuraram o primeiro núcleo de gelo que capturou a espessura total da camada de gelo, fornecendo dados valiosos sobre o clima passado. Este núcleo de gelo continua a oferecer insights sobre as condições climáticas de milhares de anos atrás, ajudando a entender o comportamento da camada de gelo da Groenlândia.

Riscos ambientais futuros

Com o aquecimento global, há preocupações sobre os resíduos deixados no Camp Century. Resíduos biológicos, químicos e radioativos permanecem enterrados no gelo, e seu potencial derretimento pode representar riscos ambientais. Estudos indicam que, se o Acordo de Paris não for cumprido, esses resíduos podem se tornar expostos antes de 2100, destacando a importância de monitorar as mudanças climáticas na região.