Varejo avança 0,9% e frustra expectativas de crescimento
Consenso de mercado esperava crescimento de 1,7% para o volume do setor no mês e 3,9% para a comparação anual, que ficou em 2,2%
As vendas do varejo nacional subiram 0,9% em abril, na comparação com março, de acordo com os números divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da comemoração do instituto liderado por Márcio Pochmann com o quarto resultado positivo consecutivo para o setor, o dado ficou muito abaixo do esperado e acende um alerta sobre o crescimento econômico do país.
A mediana das estimativas colhidas pela Bloomberg para o varejo em abril apontavam para uma expansão de 1,7% na comparação mensal. Na leitura anual, a expectativa era de um avanço de 3,9%, enquanto a medição mostrou 2,2%.
Com a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros em 10,50% ao ano na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) marcada para a semana que vem, as perspectivas para o varejo ficam ainda mais desafiadoras. Além disso, a crescente descrença com o compromisso do governo no esforço pelo equilíbrio fiscal tem pressionado as perspectivas para os juros e adicionam pouca esperança por uma Selic mais baixa no curto prazo.
Apesar disso, o IBGE parece manter o olhar no copo meio cheio. “Esse comportamento de quatro pontos não negativos seguidos também aconteceu no ano passado, entre junho e setembro, mas com amplitudes menores. Neste ano, o varejo veio com resultados mais expressivos e, nos últimos três meses, vem alcançando o último recorde da série com ajuste sazonal, que havia sido em outubro/novembro de 2021”, explicou Cristiano Santos, gerente da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), em nota à imprensa.
A pesquisa registrou que, das oito atividades pesquisadas, cinco avançaram no período, com destaque para hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,5%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (14,2%), que exerceram as principais influências sobre o resultado geral.
Na medida anual, seis setores registraram crescimento – artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (18,9%), equipamentos e material para escritório informática e comunicação (16,1%), móveis e eletrodomésticos (8,0%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (2,4%) e combustíveis e lubrificantes (1,8%).
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