Uma inflação para inglês ver
Os mercados globais amanheceram nesta quarta-feira, 17, com a notícia de uma súbita alta na pressão sobre os preços, após o registro de deflação em novembro no Reino Unido...
Os mercados globais amanheceram nesta quarta-feira, 17, com a notícia de uma súbita alta na pressão sobre os preços, após o registro de deflação em novembro no Reino Unido. A expectativa dos investidores era de aceleração na inflação, até mesmo em função do resultado negativo para o CPI (Índice de Preços ao Consumidor) na Grã Bretanha na leitura anterior, mas o número veio bem mais forte.
O consenso de mercado apontava para uma inflação de 0,2% em dezembro, na comparação com novembro. O dado real, no entanto, ficou em 0,4%, o dobro do esperado. Na leitura anual, o pressão sobre os preços nas terras do Rei Charles III encerraram 2023 em 4%, contra 3,8% das expectativas, e 3,9% do acumulado nos doze meses até novembro do ano passado.
O resultado é o dobro da meta de 2% de inflação que o BOE (Banco da Inglaterra, na sigla inglês) deve atingir. Entre os principais culpados pelo aumento nos preços estão bebidas alcoólicas e cigarros.
A resposta nos mercados foi imediata, com juros futuros subindo no Reino Unido, na zona do euro e nos Estados Unidos. Os rendimentos dos gilts (título públicos britânicos) com vencimento em dois anos – que são mais sensíveis às perspectivas de movimentação do banco central – encerraram a sessão em alta de 21 pontos base. As taxas para o papel de 10 anos subiram 18 pontos base.
As apostas para o início dos cortes nos juros básicos no Reino Unido que, antes do número de inflação precificava uma probabilidade de cerca de 62% de uma redução nas taxas em maio deste ano, passou a apontar chance de 38% de uma flexibilização monetária daqui a quatro meses.
O mês de junho deste ano, que na precificação da curva futura inglesa abrigava o segundo cortes nos juros em 2024, passou a receber as apostas para a inauguração do ciclo de redução da taxa básica na Grã-Bretanha.
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