Trapalhadas do governo Lula no radar da Faria Lima
Série de confusões na Petrobras, mudança de meta fiscal e medidas para barateamento da energia elétrica preocupam
Um dia antes da divulgação de dados importantes sobre inflação no Brasil (IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e nos Estados Unidos (CPI – Índice de Preços ao Consumidor), o mercado financeiro continua atento às notícias do Planalto.
Após reunião de Lula com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na noite de segunda-feira, 8, permanece indefinida a situação do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e do pagamento dos dividendos extraordinários. O ministros saiu do encontro sem falar com a imprensa.
Mais cedo, na bolsa, as ações da petroleira reagiram com alta (+1,39% PN; +1,43% ON) após rumores ainda não confirmados de que a empresa deve liberar 50% do valor retido para remuneração dos acionistas.
Os investidores também estão atentos ao lançamento de uma (MP) Medida Provisória que promete baratear a conta de energia elétrica em 4% para consumidores residenciais. A ideia é permitir que o governo troque as dívidas contraídas anteriormente para pagar a conta Covid e a de Escassez Hídrica por empréstimos mais baratos, tendo como garantia recursos devidos pela Eletrobras previstos no acordo de desestatização. O texto deve ser apresentado nesta terça-feira, 9.
O receio é com a reedição dos efeitos provocado pelo plano de Dilma Rousseff em 2012, também por meio de uma MP alterou regras do sistema de energia elétrica para baixar os preços. Na oportunidade, o custo para os consumidores chegou a se retrair 13% no primeiro ano da medida, mas disparou nos anos seguintes.
Além disso, a semana deve marcar o começo do fim do otimismo com as metas fiscais propostas pela equipe econômica. A expectativa é que o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) 2025 apresente um objetivo entre 0% e 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto) de superávit primário, contra uma previsão anterior de se perseguir uma meta de 0,5% do PIB.
A alteração teria sido impulsionada pelo choque de realidade com as medidas arrecadatórias previstas pela equipe econômica e barradas ou desidratadas no Congresso Nacional. O que fez com que as previsões para as receitas do governo ficassem abaixo do esperado.
Por enquanto, a meta de zerar o déficit fiscal neste ano permanece valendo, mas o consenso de mercado aponta para o descumprimento do objetivo no primeiro ano da regra implementada pelo governo Lula. Recentemente, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que o objetivo fiscal para este ano esta sendo acompanhando mensalmente para se decidir sobre uma mudança ou não da meta.
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