Tensão nas bolsas globais após pânico na Ásia
Mercados do oriente iniciaram a semana com circuit breakers e fechamentos com quedas de mais de 12% no Japão e quase 9% na Coréia do Sul
A forte aversão a risco na Ásia durante a madrugada desta segunda-feira, 5, deve ditar o ritmo e o humor do mercado financeiro nas negociações ao longo do dia. O índice Nikkei 225, principal índice acionário japonês, encerrou a sessão, após circuit breaker, em queda 12,40%. Esse é o maior recuo diário da bolsa de Tóquio desde outubro de 1987, quando caiu -14,90%.
O circuit breaker é acionado quando o recuo no índice é muito forte. No caso da bolsa japonesa, quando o indicador alcançou -5%, a sessão foi interrompida por alguns minutos e retornou em seguida. Mas o pessimismo prosseguiu.
Desde a máxima, em julho deste ano, o indicador japonês acumula queda de mais de 25%, com o fechamento desta segunda-feira, 5. As perdas dos últimos três dias ultrapassaram 19% e são as piores desde o tsunami de 2011 e do desastre nuclear de Fukushima.
O pânico se repetiu em diversas praças asiáticas, com a bolsa da Coréia do Sul em queda de 8,77% e Taiwan com recuo de 8,35%.
O mau humor nos mercados financeiros está relacionado ao aumento da taxa de juros japonesa na quarta-feira passada, 31, e aos indicadores econômicos americanos que apontam para uma maior possibilidade de recessão nos Estados Unidos.
A moeda japonesa se aprecia contra o dólar e se valoriza quase 3%. Os ganhos do iene tem repercussão nos câmbios de países emergentes em função do desmonte de posições do chamado carry trade.
Nessas operações, os investidores tomam ativos em locais com juros baixos (no caso, o Japão) para rentabilizar em outros com juros mais altos, como o Brasil e o México. A mudança de cenário, com a valorização da moeda japonesa força a reversão da posição para evitar perdas grandes.
O dólar avançava quase 3% contra o peso mexicano agora pela manhã. Os futuros das bolsas americanas também apontam para uma segunda-feira tensa por lá. Os contratos do Nasdaq 100 recuavam mais de 4%, às 7h30, enquanto que os de S&P 500 (que reúne as 500 principais empresas dos EUA) indicavam uma abertura em queda por volta de 2,70%.
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