Sujou o nome na Serasa?
Segundo a Serasa, em maio deste ano, 66,6 milhões de brasileiros deixaram de pagar suas contas ou pagaram com atraso. A média por dívida de inadimplentes é de R$ 4.179,50, e a soma total dos débitos chega a R$ 278,3 bilhões...
Segundo a Serasa, em maio deste ano, 66,6 milhões de brasileiros deixaram de pagar suas contas ou pagaram com atraso.
A média por dívida de inadimplentes é de R$ 4.179,50, e a soma total dos débitos chega a R$ 278,3 bilhões.
Lendo a matéria sobre esses dados, remetida por meu colega José Inácio Pilar, me lembrei de um amigo, Bebeto Louvadinha (nome fictício), a quem ajudei em negociações com a Serasa.
Isso aconteceu há uns sete ou oito anos.
Pois bem, o drama de Bebeto começou do mesmo modo que o da maioria das pessoas que caem na malha da instituição que, por sinal, foi criada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em 1968.
Para comemorar 25 anos de casado, Louvadinha viajou com sua mulher para o Nordeste, onde se hospedaram num resort praiano.
Passagens aéreas, diárias e extras no hotel, almoço e jantar em restaurantes, tudo isso foi pago com o cartão de crédito.
Quando chegou a fatura, Bebeto não tinha a menor condição (muito menos a intenção) de pagar. Nem era preciso. Compreensivo, o banco oferecia um valor mínimo, acima do qual eles rolavam a dívida.
O problema é que a taxa de juros da rolagem era de mais de 300% ao ano, algo parecido com o que cobram as máfias. Só que elas são mais práticas. Em vez de avisos de cobrança, seus emissários, para início de conversa, quebram um braço dos inadimplentes.
Na segunda “notificação”, dois dentes e o nariz.
Bebeto Louvadinha ainda pagou duas parcelas mínimas. Mas, ao ver que não teria condição de continuar amortizando o tal rotativo, simplesmente deixou de pagar.
Justiça seja feita, ninguém quebrou seu braço. Quebraram apenas sua dignidade. Telefonemas polidos no início, enérgicos mais tarde e, por fim, ameaçadores (nada físico, diga-se a bem da verdade) eram feitos todos os dias para Louvadinha.
Foi então que Bebeto conversou comigo e desenvolvemos uma estratégia conjunta para liquidar a dívida, que àquela altura subira de R$ 25.000 (gastos na viagem de férias) para R$ 110 mil.
O desfecho dessa história fica para o artigo de amanhã.
Ivan Sant’Anna, trader, escritor e colunista na Inv Publicações.
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