S&P eleva nota de crédito do Brasil de BB- para BB
A agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou a nota de crédito de longo prazo do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. Essa é a primeira vez desde 2019, que o país recebe uma melhoria na classificação...
A agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou a nota de crédito de longo prazo do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. Essa é a primeira vez desde 2019, que o país recebe uma melhoria na classificação.
A mudança ocorre após a aprovação da reforma tributária, que foi destacada pela agência como um exemplo da implementação de políticas pragmáticas nos últimos sete anos. Além disso, a S&P ressaltou as demais reformas realizadas desde 2016, incluindo a reforma da Previdência, a autonomia do Banco Central, o estabelecimento de regras fiscais e uma série de reformas microeconômicas em todos os setores.
De acordo com os analistas da agência, mesmo que implementada gradualmente, a reforma tributária deve trazer ganhos de produtividade no longo prazo para a economia brasileira. Essa medida é vista como um sinal positivo para investidores e pode atrair mais recursos estrangeiros para o país.
Apesar dessa melhora no rating, é importante destacar que o Brasil ainda se mantém no território especulativo, dois degraus abaixo do chamado grau de investimento. A S&P justifica essa posição afirmando que a perspectiva estável reflete a expectativa de que o Brasil manterá uma posição externa forte, impulsionada pela produção de commodities e por necessidades limitadas de financiamento externo.
A agência também destaca a estrutura institucional do país como um fator que pode sustentar políticas estáveis e pragmáticas, graças aos freios e contrapesos existentes nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. No entanto, a S&P ressalta que a abordagem para resolver o problema da rigidez fiscal tem sido lenta devido aos interesses políticos e econômicos fragmentados.
A falta de progresso na redução dos gastos públicos, considerados grandes, rígidos e ineficientes, é apontada como um dos principais desafios do governo brasileiro. Essa situação resultou em déficits fiscais consistentes, que têm impactado negativamente o setor financeiro e explicam em parte o fraco crescimento econômico do país.
Apesar desses desafios, a S&P destaca que a trajetória de crescimento do Brasil tem apresentado melhorias nos últimos anos, embora ainda seja mais fraca em comparação com outros países emergentes. A agência estima que a economia brasileira cresça cerca de 3% em 2023, impulsionada pelo desempenho agrícola e pela recuperação dos salários reais.
No entanto, a S&P projeta uma desaceleração no crescimento econômico do país no segundo semestre de 2023, principalmente devido à expectativa de desaceleração da demanda externa. Com base nessa perspectiva, a agência estima que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil desacelere para 1,5% em 2024.
Recentemente, a Fitch reafirmou a nota do Brasil em BB, também com perspectiva estável. Na escala da agência, a classificação também está dois níveis abaixo do grau de investimento.
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