Sem combater o déficit fiscal, ‘o caminho continuará aberto para o populismo’
O economista Fábio Calderado disse a O Antagonista que combater a corrupção, óbvio, é fundamental para que o Brasil mude de vez sua rota. Mas ele ponderou que não se pode perder de vista o real entrave ao crescimento do país: o déficit nas contas públicas...
O economista Fábio Calderado disse a O Antagonista que combater a corrupção, óbvio, é fundamental para que o Brasil mude de vez sua rota. Mas ele ponderou que não se pode perder de vista o real entrave ao crescimento do país: o déficit nas contas públicas.
Na opinião dele, os brasileiros precisam defender — com o mesmo afinco com que pedem corruptos atrás das grades — uma reforma da previdência irrestrita, o desinchaço da máquina pública, a revisão do prêmio salarial do funcionalismo público, etc.
Caso contrário, acrescentou ele, o caminho continuará aberto para o populismo.
“O Brasil tem um grave problema fiscal, advindo da concessão de benefícios a indivíduos e classes que são incompatíveis com nossa realidade orçamentária. Isso tem a ver com legislação, com critérios de elegibilidade, com elevação e indexação desses ‘direitos’.
É normal escutarmos hoje em dia: ‘Ah, é só cortar as regalias dos congressistas e recuperar o que eles roubaram que teremos dinheiro para bancar a Previdência’.
Seria ótimo se isso fosse verdade. Mas não é. Reaver todo o dinheiro que foi para o ralo com a corrupção é importante e deve ser feito. Mas, de forma alguma, isso resolveria o problema do déficit fiscal, principalmente o rombo na Previdência.”
O economista dá um exemplo:
“Vamos imaginar que a Polícia Federal apreendesse de cada parlamentar o mesmo valor da ‘mala do Geddel’: 51 milhões de reais. Bom, se cada deputado desviasse esse valor — e esse dinheiro fosse recuperado –, teríamos algo em torno de 26 bilhões de reais. Ou seja, não faria nem cócegas no rombo da Previdência, que, somente no ano passado, foi de 270 bilhões de reais.”
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