Sem apoio, ‘CPI do arrozgate’ corre o risco de morrer no nascedouro
146 parlamentares assinaram o pedido de CPI mesmo após pedido expresso de Pedro Lupion, presidente da FPA
Sem apoio entre os parlamentares do Centrão, a CPI do arrozgate corre o risco de sequer sair do papel. Após uma adesão substancial de deputados do PL e de integrantes da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), o autor do pedido de investigação, deputado Luciano Zucco (PL-RS) tem tido dificuldades em coletar novas assinaturas.
Atualmente, 146 parlamentares assinaram o pedido de CPI. E isso mesmo com o pedido expresso de apoio do deputado Pedro Lupion (MDB), presidente da FPA.
O Antagonista apurou que alguns parlamentares ligados à Frente Parlamentar Agropecuária temem serem retaliados pelo Palácio do Planalto caso assinem o pedido de CPI. Outros congressistas de partidos como PSD, MDB e PP também temem entrar na lista negra do governo federal.
Apesar disso, não há uma ação orquestrada do Palácio do Planalto para barrar a CPI. Na visão da articulação política do governo federal, qualquer investigação sobre a compra de arroz pela Conab perdeu o objetivo quando o órgão federal decidiu anular o leilão realizado em 6 de junho.
Fávaro prestará esclarecimentos sobre arrozgate
A Comissão de Agricultura realiza na quarta-feira, 19, audiência com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para cobrar esclarecimentos sobre o leilão de arroz do governo Lula (PT). Os convites foram aprovados em acordo com lideranças do governo no colegiado
O leilão para compra de 263 mil toneladas de arroz foi anulado no dia 11 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), após suspeitas de irregularidades. Na disputa, o preço médio de cada saco de arroz de 5 quilos atingido foi de cerca de R$ 25.
Como mostrou Crusoé, o governo federal aceitou que um pequeno supermercado, na região central de Macapá, fosse responsável por negociar mais da metade do valor negociado. A Wisley A. de Sousa LTDA, nome empresarial do supermercado “Queijo Minas”, ficaria sob a responsabilidade de entregar 147,3 mil toneladas do grão, em uma transação superior a 736 milhões de reais.
Para onde iria o arroz?
O governo do presidente Lula anunciou a compra de arroz logo após o início das enchentes no Rio Grande do Sul. O estado é responsável por 70% da produção nacional do grão, mas já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.
Ao todo, o governo liberou R$ 7,2 bilhões para a compra de até 1 milhão de toneladas de arroz importado. Após o cancelamento do leilão, Fávaro afirmou que o governo identificou que a maior parte das empresas que participou do leilão tinha “fragilidades” para operar um volume tão grande de arroz e de dinheiro.
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