Rotativo do cartão: Febraban acusa maquininhas de “viciarem” sistema
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) acusa empresas de "maquininhas independentes" de "viciarem" a indústria de cartões de crédito...
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) acusa empresas de “maquininhas independentes” de “viciarem” a indústria de cartões de crédito.
Segundo a entidade, essas instituições financeiras “se apropriaram da receita de juros dessa cadeia, não correm qualquer risco de crédito, não alocam capital e induzem endividamentos que se eternizam”.
As declarações foram divulgadas em nota nesta segunda-feira (4).
“Isso prejudica o comércio, que passou a depender cada vez mais de caixa, prejudica o consumidor, que se endivida com parcelas a perder de vista numa bola de neve e agrava a inadimplência das famílias. As maquininhas independentes são o único elo favorecido dessa cadeia”, destaca a Febraban.
O Banco Central, o governo e o Congresso têm atuado para reduzir os juros do rotativo do cartão de crédito. Uma mesa de negociação foi formada e deve apresentar soluções em até 90 dias.
A taxa de juros do cartão de crédito rotativo disparou de 437% ao ano em junho para 445,7% em julho.
Segundo o estudo da Febraban, as taxas de juros das maquininhas independentes chegam a alcançar entre 60 e 130% ao ano, o que seria, de acordo com a entidade, algo como três vezes a mais na média do que as maquininhas ligadas a bancos.
De acordo com a Febraban, as maquininhas independentes tornaram parcela relevante do varejo dependente da antecipação de recebíveis. No parcelamento sem juros, o comerciante não recebe o valor total da compra. O varejo vai recebendo de acordo com a quantidade de parcelas feita pelo consumidor. Para fazer fluxo de caixa, os comerciantes podem antecipar seus recebíveis, com uma taxa de desconto junto às maquininhas de cartão.
Segundo a Febraban, este é um modelo totalmente artificial que estimula compras pelas famílias com prazo longo de financiamento, para sufocar os lojistas com taxas altíssimas de descontos.
“Quanto maior o prazo para o consumidor pagar, mais ele se endivida e mais dependente os comerciantes ficam da antecipação de recebíveis para fazer fluxo de caixa”, pondera a nota.
A Febraban esclarece que os bancos não defendem o fim do parcelado sem juros, mas sim um reequilíbrio da dinâmica do cartão de crédito para, “de um lado, termos um redesenho do rotativo e, de outro, um aprimoramento das compras parceladas”.
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