Resultados: Petrobras, Bradesco, Renner, Engie, Arezzo e Natura
Ontem (quinta-feira, 5) tivemos mais uma série de importantes resultados divulgados. Na edição de hoje, trazemos como destaques os balanços de Petrobras (foto), Bradesco, Renner, Engie, Natura e Arezzo...
Ontem (quinta-feira, 5) tivemos mais uma série de importantes resultados divulgados. Na edição de hoje, trazemos como destaques os balanços de Petrobras (foto), Bradesco, Renner, Engie, Natura e Arezzo.
Petrobras (PETR4)
A petroleira apresentou números muito fortes. Na comparação com o 1T21, a geração de caixa operacional foi de 78 bilhões de reais, uma evolução de 6%, e o lucro registrado foi de 44 bilhões de reais, expansão de 79%. A Petrobras reduziu o endividamento, e a métrica de dívida líquida sobre a geração de caixa ficou em 0,8x, um dos níveis mais baixos da companhia, que anunciou uma distribuição de dividendos de R$ 3,71 por ação.
Bradesco (BBDC4)
O segundo maior banco da América Latina divulgou seus resultados com um lucro líquido de 6,8 bilhões de reais, crescimento de 3%, e um retorno sobre patrimônio (ROE) de 18%. A qualidade dos lucros foi razoável, por conta do crescimento de 23% da provisão para devedores duvidosos.
Por outro lado, a instituição financeira conseguiu conter o avanço das demais despesas, como aquelas com pessoal, negociando bastante descontado. Com relação ao seu histórico, atualmente, o banco negocia a 1 vez o seu patrimônio contábil e apenas a 6 vezes o lucro, o que observamos como barato, já que sua média histórica é de 1,5 vez patrimônio e 11 vezes lucro.
Lojas Renner (LREN3)
Apesar de um ambiente ainda desafiador para o varejo de maneira geral, a Renner apresentou resultados acima do esperado, com uma receita líquida de 2,6 bilhões de reais no trimestre, avanço de 65% em relação ao primeiro trimestre de 2021, quando ainda sofria com os impactos da pandemia. Além disso, a empresa segue apresentando expansão em sua estratégia digital e viu suas vendas digitais crescerem 38% no período.
Apesar das pressões inflacionárias e maiores investimentos, a Renner conseguiu manter suas margens estáveis e reportou um lucro líquido de 191 milhões de reais, revertendo o prejuízo de 147 milhões no 1T21. Outro fator é que ela possui uma posição de caixa bastante confortável, o que evita impactos com despesas financeiras maiores por meio de uma taxa de juros mais alta, como é o caso de outras empresas mais endividadas.
Engie (EGIE3)
A receita líquida da Engie foi de 3 bilhões de reais no 1T22, 6% inferior à receita do primeiro trimestre de 2021. A redução se deu em razão da menor geração total de energia elétrica no período, motivada por condições hidrológicas desfavoráveis, e da venda das usinas do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, ocorrida no 4T21.
Apesar disso, a empresa surpreendeu positivamente ao apresentar um acréscimo de 22% em seu lucro líquido, chegando ao valor de 645 milhões de reais e aumentando sua margem líquida de 16% para 21%.
Arezzo (ARZZ3)
A Arezzo apresentou resultado muito forte no primeiro trimestre de 2022, reportando um incremento de 68% em sua receita líquida. Além disso, a empresa viu seu lucro líquido mais que triplicar. Com isso, o resultado foi de 30 milhões de reais no primeiro trimestre de 2021 para 97 milhões de reais neste trimestre. A companhia segue crescendo em ritmo acelerado no trimestre: abriu mais 42 lojas e dobrou suas vendas no mercado externo, que hoje representam 12% de sua receita.
Natura (NTCO3)
O resultado do primeiro trimestre de 2021 foi muito ruim, com queda da demanda principalmente no Brasil e também em linhas de negócios mais baratas, como é o caso da Avon. A receita da Natura caiu 12,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com isso, a companhia teve um prejuízo de 641 milhões de reais. Ela enfrenta uma série de dificuldades tanto devido à Covid-19 quanto pela compra da Avon em 2021, que resultou em prejuízos, fazendo com que a Natura ainda não tenha conseguido alterar os rumos da empresa.
Conclusão
Com as altas dos juros, muitas companhias estão passando por um momento diferente do que tínhamos visto desde 2018 e estão sofrendo, principalmente, com as despesas financeiras. Diante desse cenário, vemos empresas como a Natura enfrentando muita adversidade, enquanto a Arezzo, por exemplo, segue no caminho contrário e vem surpreendendo positivamente.
João Abdouni, analista CNPI na Inv Publicações
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