Rentabilidade bancária cai 6% no primeiro semestre Rentabilidade bancária cai 6% no primeiro semestre
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Rentabilidade bancária cai 6% no primeiro semestre

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 09.11.2023 13:50 comentários
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Rentabilidade bancária cai 6% no primeiro semestre

A rentabilidade dos bancos apresentou queda de 6% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central...

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Rentabilidade bancária cai 6% no primeiro semestre
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A rentabilidade dos bancos apresentou queda de 6% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central.

Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do BC referente ao primeiro semestre de 2023, o recuo na rentabilidade foi influenciado pelo aumento das despesas com provisões, despesas de captação e custos administrativos. No entanto, a expectativa é que haja uma melhora nos próximos trimestres.

O documento aponta que a qualidade das novas concessões de crédito tem apresentado melhorias, assim como a redução das estimativas de perdas nas carteiras de crédito. Isso indica uma diminuição nas pressões sobre as provisões.

Além disso, o ciclo gradual de flexibilização monetária, que envolve a redução dos juros básicos, também é favorável para os bancos. Isso porque irá reduzir as despesas de captação das instituições financeiras. Ao mesmo tempo, o estoque de crédito permanecerá com uma proporção relevante de concessões recentes com taxas mais altas.

O Banco Central também ressalta que esse novo ciclo tende a aumentar a demanda por crédito e outros serviços bancários. Além disso, irá reduzir a pressão sobre a capacidade de pagamento das famílias e empresas.

No mês de setembro, a taxa média de juros das concessões de crédito registrou queda pelo quarto mês consecutivo, desacelerando em 12 meses. Esse comportamento dos juros bancários ocorre em um momento em que a taxa básica de juros da economia, a Selic.

A Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação e atualmente está em 12,25% ao ano. A previsão dos analistas é que a taxa chegue a 11,75% até o final do ano. Com essa redução, a taxa de captação dos bancos também tem diminuído.

O relatório também revelou que as discussões em torno dos juros cobrados no cartão de crédito rotativo estão ganhando destaque, apesar das expectativas positivas de lucratividade. O crédito rotativo é utilizado pelos consumidores quando eles pagam menos do que o valor total da fatura do cartão e isso dura por um período de 30 dias.

Essa modalidade de crédito é uma das mais caras do mercado. Em outubro, o presidente Lula sancionou uma lei que estabelece limites para os juros cobrados no crédito rotativo.

De acordo com a legislação, as empresas emissoras de cartão têm um prazo de 90 dias para enviar uma proposta de regulamentação com um limite definido para o Conselho Monetário Nacional (CMN).

Caso contrário, ficou decidido que os juros não poderão ser maiores do que o valor original da dívida. Isso significa que os juros não poderão ultrapassar 100% ao ano, como é cobrado atualmente, e não mais de 400% ao ano.

Recentemente, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campo Neto, declarou que todos precisam fazer concessões para reduzir os juros dos cartões de crédito. Ele ressaltou que o principal problema é o aumento da inadimplência acompanhado pelo crescimento da carteira de crédito.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) já se manifestou contra o limite de juros para o crédito rotativo, alegando que isso poderia tornar os cartões inviáveis e reduzir a oferta de crédito. A entidade espera encontrar uma solução no mercado dentro do prazo estabelecido pela lei, caso ela seja aprovada.

Durante as discussões, os bancos afirmaram que os juros na modalidade rotativa são altos porque eles financiam o parcelamento de compras sem juros no cartão de crédito. Isso impacta diretamente nos custos de capital, risco de crédito e inadimplência. No entanto, a Febraban afirmou que “não há intenção de acabar com as compras parceladas”.

Segundo Campos Neto, a possibilidade de limitar ou taxar o parcelamento de compras também será discutida no CMN e já enfrenta “forte resistência de diversos setores“.

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