Recessão nos EUA: tensão antes de revisão de dados do emprego
Estimativas apontam que número pode estar inflado em até um milhão das cerca de 3 milhões de vagas nos 12 meses até março
A revisão da BLS (Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos, na sigla em inglês) sobre os números de geração de empregos nos Estados Unidos pode trazer de volta os receios dos investidores de que a economia americana esteja em pior estado que o antecipado.
Caso o reexame dos dados confirme que o emprego nos 12 meses acumulados até março deste ano ficou muito abaixo dos números iniciais, os investidores podem voltar a temer que o FED (Federal Reserve) esteja muito atrasado no início dos cortes de juros por lá e a política monetária restritiva acabe levando o país a uma recessão.
De acordo com reportagem da Bloomberg, economistas de bancos americanos estimam que o número de empregos criados no período pode estar inflado em até um milhão de postos.
Expectativas na Wells Fargo, por exemplo, apontam pelo menos 600 mil vagas a menos do que as quase 3 milhões divulgadas inicialmente. O JPMorgan Chase prevê uma correção em 360 mil.
O número revisado será divulgado ainda na manhã desta quarta-feira, 21, e caso corte mais de 501 mil postos marcará a maior revisão em 15 anos
O FED (Federal Reserve) tem um mandado duplo de controle de inflação e manutenção do pleno emprego. O efeito de uma grande revisão na criação de postos pode acelerar a decisão de início do relaxamento monetário nos Estado Unidos.
Por enquanto, os investidores precificam como certo um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros americana e apenas 32% de chances de uma redução mais expressiva, de 0,50 p.p., na próxima decisão do FED sobre os juros em setembro.
Além disso, o mercado também está de olho à divulgação da Ata do Fomc (Comitê Federal do Mercado Aberto) mais tarde que deve trazer detalhes sobre a decisão de julho que manteve a taxa básica americana em 5,50% ao ano.
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