Proteste diz que CEO do Itaú foi “falacioso” ao falar sobre rotativo
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) rebateu declarações do CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho (foto), sobre o impacto econômico negativo da imposição de...
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) rebateu declarações do CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho (foto), sobre o impacto econômico negativo da imposição de teto para juros no rotativo do cartão de crédito. Ontem, 7, Maluhy disse em entrevista que 60 milhões de cartões de crédito precisariam ser abandonados com um teto de 8% para os juros.
Diretor de Relações Públicas e de Relações com a Mídia da Proteste, Henrique Lian disse que não há ligação entre o rotativo e o parcelado sem juros. ”O parcelado sem juros é importante instrumento de planejamento para os consumidores e diminui a chance de inadimplência”, defendeu.
“O argumento dos grandes bancos de que há subsídios cruzados e de que o rotativo financia o parcelado sem juros é falacioso, como mostra estudo do professor Leonardo Rezende, da PUC-Rio. Se a porcentagem é tão pequena como afirma o CEO do Itaú, porque estão tão reticentes? Na verdade, o que eles querem é limitar a competitividade de players menores”, disse Lian, acrescentando que “nessa briga quem está ameaçado de ter de pagar a conta é o consumidor’‘.
“Se temos 8% de juros [no rotativo], temos que cortar – o país como um todo… Sessenta milhões de cartões de crédito precisam ser abandonados”, diz CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho (ele respondia a uma pergunta em inglês com tradução simultânea para português).… pic.twitter.com/1JAoR9jCq0
— O Antagonista (@o_antagonista) November 7, 2023
Maluhy disse ontem que uma melhor forma de reduzir o rotativo seria criar o “parcelado com juros’‘. “O governo e a população precisam entender que o parcelado sem juros tem juros embutidos nos preços dos produtos”, comentou. Segundo ele, esses juros acabam ”embolsados pelas empresas de maquininhas, que antecipam os recebíveis das vendas aos lojistas cobrando taxas para fazer esse desconto.”
O CEO do Itaú disse ainda que estabelecer o teto de 8% para os juros do rotativo teria um “grande impacto na população que foi incluída no sistema financeiro, que serão excluídos”. “Onde eles vão se financiar? Como vão comprar? Como farão parte do sistema? Esse é o impacto real“. questionou durante apresentação de resultados do banco, em resposta a pergunta do analista Jorge Kuri, do Morgan Stanley.
Uma reunião convocada pelo Banco Central com 17 entidades que representam bancos, segmentos de cartões e varejistas para discutir o teto dos juros do cartão de crédito terminou sem acordo.
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