Presidente do BC diz que “ruídos locais” afetam expectativa de crescimento
Em evento online do Conselho das Américas, Roberto Campos Neto ressaltou que os temores em relação ao risco fiscal de várias medidas do governo Bolsonaro, além de "ruídos locais", têm reduzido as expectativas de crescimento do PIB para 2022. Disse também que o Banco Central deve manter a política de alta de juros...
Em evento online do Conselho das Américas, Roberto Campos Neto ressaltou que os temores em relação ao risco fiscal de várias medidas do governo Bolsonaro, além de “ruídos locais”, têm reduzido as expectativas de crescimento do PIB para 2022. Disse também que o Banco Central deve manter a política de alta de juros.
“Nós tivemos muito aumento nas expectativas de crescimento no Brasil para 2021. No começo, era acompanhado por 2022, mas penso que os ruídos recentes que tivemos sobre muitos fatores locais estão começando a fazer com que alguns agentes econômicos revisem para baixo suas previsões de crescimento para 2022”, disse o presidente do BC.
Segundo ele, a incerteza no cenário internacional se soma a uma incerteza local, alimentada pelo “conflito entre poderes” promovido por Jair Bolsonaro. A situação piora com medidas de claro caráter eleitoreiro que podem prejudicar ainda mais o equilíbrio das contas públicas.
“O mercado está ligando algumas ações que o governo está fazendo com a vontade de ter um programa mais robusto e ligando alguns coisas que o governo tem feito com as eleições e acho que isso cria um ruído adicional. Acredito que quando o governo explicar o que o Bolsa Família vai ser e como vai ser pago, eu acho que vai retirar um pouco dessa incerteza vista no mercado.”
Até agora, não se sabe exatamente qual será o valor do Auxílio Brasil, o novo Bolsa Família. O cenário, diz o presidente do BC, também é afetado pela crise energética. O mercado revisou para 9,5% a projeção da Selic e, claro da inflação, com desvalorização ainda maior do câmbio.
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