A Natura &Co divulgou resultados financeiros do 2º trimestre de 2024 com prejuízo líquido consolidado de 858,9 milhões de reais. O desempenho representa piora de 17,4% em comparação com o prejuízo de 732 milhões de reais registrado no mesmo período do ano anterior. As informações foram apresentadas à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta segunda-feira, 12.

Causas do Aumento do Prejuízo

A empresa atribui o crescimento no prejuízo principalmente a um “write-off” (baixa contábil) de impostos diferidos não-caixa e não-recorrente de 725 milhões de reais, que afetou a linha de impostos no trimestre. Esse ajuste refere-se à reestruturação voluntária da Avon Products Inc., o que torna improvável o reconhecimento contínuo dos ganhos gerados pela otimização da estrutura corporativa da Avon, contabilizados originalmente no segundo trimestre de 2021.

O prejuízo líquido atribuído aos acionistas controladores alcançou cerca de 860 milhões de reais, refletindo um aumento de 17,4% em relação ao prejuízo líquido atribuído aos acionistas no mesmo período do ano anterior.

De acordo com a Natura &Co, excluindo-se os efeitos não operacionais, o lucro líquido ficou em 162 milhões contra prejuízo de 219 milhões de reais no 2º trimestre do ano passado, uma vez que o maior Ebitda ajustado e as menores despesas financeiras líquidas mais do que compensaram as maiores despesas com impostos, mesmo excluindo o impacto dos impostos diferidos.

Desempenho do Ebitda

O lucro operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) consolidado ajustado ficou em 803,5 milhões de reais, com um crescimento de 14,2% em relação ao ano passado. O Ebitda reportado durante o período de abril a junho foi de 670,8 milhões de reais, aumento de 57,2% em relação ao mesmo intervalo de 2023.

Vendas crescem 5,4%

A receita líquida da Natura &Co no segundo trimestre chegou a 7,352 bilhões de reais, com avanço de 5,4% em comparação ao mesmo período do ano de 2023.

Recuperação judicial da Avon

No release de resultados, o CEO do Grupo Natura, Fábio Barbosa também informa sobre o pedido de Chapter 11 da Avon Products Inc., holding não-operacional estabelecida nos Estados Unidos e adquirida pela Natura &Co como parte da aquisição da Avon em 2020. “Esse processo tem como objetivo permitir que a API resolva seu endividamento e passivos pré-existentes, emergindo do processo como uma empresa mais sólida e sustentável. A Natura &Co, como maior credora da API, apoia essa reorganização e enxerga essa decisão da API como mais um importante passo na sua própria jornada de simplificação iniciada há alguns anos atrás“, argumentou no texto.