Enquanto o mercado tem lentamente reduzido as previsões de inflação (tanto no Boletim Focus, quanto nos títulos indexados ao IPCA), o governo resolveu ir na contramão e aumentar as expectativas do Executivo para a pressão sobre os preços apresentadas. Ressalte-se a revisão aconteceu cerca de dois meses após a apresentação do primeiro Boletim Macrofiscal de 2023, em 17 de março.

Paralelamente, os estudos da Fazenda apresentados na tarde de hoje, no segundo Boletim Macrofiscal, reajustaram o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) também pra cima (de 1,6% para 1,9% este ano).

A pergunta, no entanto, é por que este governo, que tanto reclama de juros altos, agora aponta para uma pressão sobre os preços maiores em 2023 (de 5,31% para 5,58%) e 2024 (3,52% para 3,63%)? Ora, mais inflação e crescimento nominal trará mais arrecadação, o que vai possibilitar mais gastos.

Bingo!