Por que Bill Gates é o maior fazendeiro dos EUA
Bill Gates é o fundador de uma das maiores empresas do mundo, a Microsoft. Ela cresceu por meio do desenvolvimento e comercialização de softwares, como o famoso sistema operacional Windows, o qual você, provavelmente, está usando agora mesmo. Com esse histórico, é natural pensar que seu portfólio de investimentos estivesse concentrado em empresas da mesma natureza, com companhias de alta tecnologia, alto crescimento e capacidade de revolucionar o futuro, certo? Mas não é bem assim...
Bill Gates é o fundador de uma das maiores empresas do mundo, a Microsoft. Ela cresceu por meio do desenvolvimento e comercialização de softwares, como o famoso sistema operacional Windows, o qual você, provavelmente, está usando agora mesmo.
Com esse histórico, é natural pensar que seu portfólio de investimentos estivesse concentrado em empresas da mesma natureza, com companhias de alta tecnologia, alto crescimento e capacidade de revolucionar o futuro, certo? Mas não é bem assim.
À exceção de sua participação indireta na Apple, por meio de suas ações da Berkshire Hathaway, Bill Gates preferiu alocar o grosso de seu patrimônio em ativos reais, conhecidos como ativos tangíveis, como ferrovias, fábricas, maquinário pesado, casas e até fazendas. Inclusive, em relação a este último, ele é hoje o maior proprietário privado de fazendas nos EUA, segundo uma matéria de 2021 do jornal The Guardian que, recentemente, voltou a circular.
Uma das razões pelas quais ele, assim como muitos outros grandes investidores, opta em alocar grande parte do seu patrimônio nesses ativos tangíveis é, em minha análise, por saber que essas alocações possuem uma característica particular de reserva patrimonial, por ser uma reserva de verdade.
Isso se deve porque, muitas vezes, investidores tratam ativos financeiros como os maiores e melhores tipos de reserva, principalmente os títulos de dívida de alguns países ricos, mas eles não são. Ativos financeiros são e estão muito mais suscetíveis a problemas ou interferências da política.
Ativos tangíveis, em contrapartida, são verdadeiramente escassos e, quando bem administrados, são extremamente produtivos e geram benefício direto e indireto para o investidor, assim como para toda a sociedade. Uma fazenda, como é o caso de Bill Gates, protege o seu dono dos efeitos da inflação enquanto exerce a função social de produzir comida para a população.
Por isso, acredito que os bons ativos reais são a melhor reserva patrimonial e devem compor parte do patrimônio de qualquer investidor.
Aqui no Brasil, temos diversas formas de se expor a essa classe de ativos, com valores de investimento mínimo bem baixos. Ações de empresas, fundos imobiliários e, mais recentemente, fundos do agronegócio são só alguns exemplos.
O maior desafio para o investidor, hoje, não é mais conseguir acessar esses mercados, mas sim separar os ativos bons dos ruins.
Nícolas Merola, analista CNPI na InvPublicações.
Nota: para saber identificar o valor real dos ativos — e entender em quais vale a pena investir —, um recurso muito usado por investidores profissionais é o “valuation”. De hoje até sexta-feira (8/4), às 18h, João Abdouni, analista CNPI e especialista em ações, vai fazer uma série de livesgratuitas no Instagram da Inv, explicando, de forma simples e direta, como usar o valuation no seu dia a dia, para poder melhorar seus resultados financeiros. Clique aqui para se inscrever.
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