Payroll dá o tom nos mercados
Além do mercado de trabalho americano, investidores acompanham com atenção a deterioração fiscal do país e consequências
O esperado relatório com a geração de empregos em agosto nos Estados Unidos deve recalibrar as expectativas sobre o futuros do juros americanos. A expectativa é de criação de 165 mil novas vagas no mês, de acordo com a mediana dos economistas consultados pela Bloomberg. Em julho, o Payroll registrou 114 mil novos postos de trabalho.
Caso o número venha acima do esperado pelos investidores, as expectativas para um início do ciclo de corte de juros mais agressivo, com 0,50 ponto percentual de redução no encontro do FED (Federal Reserve) em duas semanas, deve perder força.
Atualmente, a precificação da curva futura de juros nos EUA aponta para cerca de 40% de probabilidade de um corte acima de 0,25 ponto percentual por lá, o que levaria a taxa básica de juros americana dos atuais 5,50% ao ano para 5,00% ao ano.
Fiscal preocupa no Brasil
Por aqui, os investidores reagem ao mercado de trabalho nos Estados Unidos e às perspectivas para as contas públicas, após o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmar que pode haver novo bloqueio no Orçamento no próximo relatório bimestral de receitas e despesas, marcado para apresentação no dia 22 de setembro.
De acordo com o secretário, pressão adicional com gastos beneficiários devem empurrar as despesa acima do limite previsto no arcabouço fiscal e provocar o bloqueio. Na quinta-feira, Ceron apresentou os números do resultado primário do Governo Central, que apontaram um déficit de 9,3 bilhões de reais, contra expectativas de 8,6 bilhões de reais.
No acumulado dos primeiros sete meses de 2024, o Governo Central contabiliza um déficit primário de 77,858 bilhões de reais. Além disso, o período de 12 meses mostrou um déficit que atingiu 233,3 bilhões, correspondendo a 2,04% do PIB (Produto Interno Bruto). Os números confirmam a dificuldade do governo para atingir a meta fiscal de déficit primário zero e mesmo ficar dentro da banda de tolerância de até 0,25 ponto percentual do PIB para cima ou para baixo, equivalente a cerca de 29 bilhões de reais.
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